Manifestação em Angola travada violentamente pela polícia

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A manifestação foi convocada para pedir o afastamento de José Eduardo dos Santos Juda Ngwenya/REUTERS

Não havia à noite confirmação sobre o número nem o estado dos manifestantes feridos, mas o correspondente da RTP na capital angolana admitia que os seus ferimentos fossem ligeiros. Um comunicado da polícia citado pela agência estatal Angop indica que ficaram feridos três agentes e um oficial “por elementos não identificados”.

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Não havia à noite confirmação sobre o número nem o estado dos manifestantes feridos, mas o correspondente da RTP na capital angolana admitia que os seus ferimentos fossem ligeiros. Um comunicado da polícia citado pela agência estatal Angop indica que ficaram feridos três agentes e um oficial “por elementos não identificados”.

Para além de manifestantes foram agredidos jornalistas, incluindo elementos de uma equipa de reportagem da televisão pública portuguesa, cujo equipamento foi danificado.

Segundo o correspondente da rádio Voz da América, “a refrega tomou contornos de violência pura”, que não se verificou em outras duas manifestações realizadas já este ano contra o poder do Presidente angolano, no poder desde 1979.

O número de manifestantes que aderiu ao protesto foi quantificado entre uma centena e três centenas de pessoas, consoante os órgãos de informação.

O desfile, em que se reclamava a democratização do país e a saída do poder de José Eduardo dos Santos, foi autorizado. A violência terá começado quando parte dos participantes se desviaram do itinerário previsto e procuraram dirigir-se ao palácio presidencial para exigirem a libertação de um companheiro detido antes do início do protesto, que começou na Praça da Independência.

A Polícia Nacional informou que os ferimentos se registaram quando os seus efectivos “tentavam persuadir alguns cidadãos a não abandonarem o espaço” autorizado para a manifestação. Os contestatários só foram travados quando “reforços policiais que vinham de várias direcções” os interceptaram, segundo o correspondente da Voz da América, que descreveu os reforços como “homens à civil, fisicamente bem constituídos, que se supõe pertencerem às forças especiais”.

O repórter da RTP deu conta da intervenção de “elementos não identificados”, que actuaram de modo violento.