Projecto de 34 milhões de euros quer criar novas populações de lince-ibérico na natureza

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Durante mais de um século o lince-ibérico tem perdido território Foto: PÚBLICO

Trazer o lince-ibérico (Lynx pardinus) de volta do limiar da extinção começou a sério em 2003, quando Espanha se lançou na reprodução da espécie. Passados oito anos, existem 92 animais em cativeiro cinco centros, um deles em Silves, no Algarve. A última época de reprodução, que agora terminou, conseguiu 26 crias. Simultaneamente, Portugal e Espanha têm preparado os matagais mediterrânicos para lhes devolver o felino das barbas e dos pêlos em forma de pincel na ponta das orelhas. Em estado selvagem serão cerca de 200.
Este mês, o esforço conservacionista ganhou novo fôlego com a aprovação do projecto Iberlince (de 1 de Setembro de 2011 a 31 de Agosto de 2016) pela Comissão Europeia. Através do programa Life+, este projecto orçado em 34 milhões de euros quer aumentar o número das únicas duas populações reprodutoras do planeta para 70 fêmeas na Serra Morena e 25 em Doñana. Além disso, o projecto, proposto pela Junta de Andaluzia, quer estabelecer quatro novas populações de lince, com cinco fêmeas cada uma, em locais onde a espécie já existiu.
“Este projecto pretende recuperar a distribuição histórica do lince-ibérico nas regiões da Andaluzia, Castela-La Mancha, Estremadura espanhola e em Portugal”, segundo o resumo do projecto. O objectivo é identificar áreas com recursos naturais suficientes para a posterior reintrodução da espécie.
Para Tito Rosa, presidente do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), este é um momento marcante. “O projecto vem permitir que os esforços até agora realizados concorram para um único objectivo”, explicou ao PÚBLICO. Além disso, “as acções preparatórias de reintrodução efectuadas de modo experimental [até agora] serão consubstanciadas em acções com dimensão suficiente para aumentar a capacidade de suporte dos territórios” para o lince-ibérico. O dirigente salientou também que o Iberlince “agrega esforços num projecto único”.
Portugal, através do ICNB, vai responsabilizar-se por acções no valor de 3,6 milhões de euros a que corresponde uma comparticipação nacional de 1,4 milhões, adiantou Tito Rosa.
Até ao final de 2012, Portugal comprometeu-se a implementar um programa detalhado para a reintrodução dos animais na natureza.

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Trazer o lince-ibérico (Lynx pardinus) de volta do limiar da extinção começou a sério em 2003, quando Espanha se lançou na reprodução da espécie. Passados oito anos, existem 92 animais em cativeiro cinco centros, um deles em Silves, no Algarve. A última época de reprodução, que agora terminou, conseguiu 26 crias. Simultaneamente, Portugal e Espanha têm preparado os matagais mediterrânicos para lhes devolver o felino das barbas e dos pêlos em forma de pincel na ponta das orelhas. Em estado selvagem serão cerca de 200.
Este mês, o esforço conservacionista ganhou novo fôlego com a aprovação do projecto Iberlince (de 1 de Setembro de 2011 a 31 de Agosto de 2016) pela Comissão Europeia. Através do programa Life+, este projecto orçado em 34 milhões de euros quer aumentar o número das únicas duas populações reprodutoras do planeta para 70 fêmeas na Serra Morena e 25 em Doñana. Além disso, o projecto, proposto pela Junta de Andaluzia, quer estabelecer quatro novas populações de lince, com cinco fêmeas cada uma, em locais onde a espécie já existiu.
“Este projecto pretende recuperar a distribuição histórica do lince-ibérico nas regiões da Andaluzia, Castela-La Mancha, Estremadura espanhola e em Portugal”, segundo o resumo do projecto. O objectivo é identificar áreas com recursos naturais suficientes para a posterior reintrodução da espécie.
Para Tito Rosa, presidente do Instituto de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ICNB), este é um momento marcante. “O projecto vem permitir que os esforços até agora realizados concorram para um único objectivo”, explicou ao PÚBLICO. Além disso, “as acções preparatórias de reintrodução efectuadas de modo experimental [até agora] serão consubstanciadas em acções com dimensão suficiente para aumentar a capacidade de suporte dos territórios” para o lince-ibérico. O dirigente salientou também que o Iberlince “agrega esforços num projecto único”.
Portugal, através do ICNB, vai responsabilizar-se por acções no valor de 3,6 milhões de euros a que corresponde uma comparticipação nacional de 1,4 milhões, adiantou Tito Rosa.
Até ao final de 2012, Portugal comprometeu-se a implementar um programa detalhado para a reintrodução dos animais na natureza.