Recuperação portuguesa será mais rápida do que a grega, admite Christine Lagarde

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Petar Kujundzic/ Reuters

“Uma grande força de Portugal, e que espero que a Grécia consiga imitar, é que os partidos políticos uniram-se e formaram uma aliança. Isso foi decisivo para construir e restaurar a confiança”, disse Christine Lagarde em Pequim, em reposta à agência Lusa.

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“Uma grande força de Portugal, e que espero que a Grécia consiga imitar, é que os partidos políticos uniram-se e formaram uma aliança. Isso foi decisivo para construir e restaurar a confiança”, disse Christine Lagarde em Pequim, em reposta à agência Lusa.

Christine Lagarde salientou que Grécia, Irlanda e Portugal – os países que no último ano pediram ajuda financeira externa – representam apenas seis por cento do produto interno bruto da zona euro, mas afirmou que “todos contam e são importantes”.

A ministra francesa das Finanças termina hoje uma visita de 24 horas a Pequim para promover a sua candidatura à direcção do Fundo Monetário Internacional e estará na sexta-feira em Lisboa, onde decorre a reunião anual do Banco Africano de Desenvolvimento.

No âmbito do programa de ajuda externa acordado no mês passado com a Comissão Europeia, o Banco Central Europeu e o FMI, Portugal vai receber 78 mil milhões de euros durante os próximos três anos para equilibrar as suas finanças públicas.

O primeiro país da zona euro a pedir ajuda financeira externa foi a Grécia, em Abril de 2010, mas um ano depois está a ser discutida a possibilidade de um novo pacote de assistência àquele país.

Em Portugal, os três maiores partidos políticos (PSD, PS e CDS), que representam 78,42 por cento do eleitorado, apoiam o programa de redução do défice público patrocinado pela Comissão Europeia e pelo FMI.

Numa conferência de imprensa em Pequim, Christine Lagarde indicou também que, apesar de o FMI estar “envolvido (em programas de assistência financeira) noutras partes do mundo”, por ora, “o foco imediato da sua atenção é a zona euro”.

“Os programas (na zona euro) são uma mistura complexa de consolidação fiscal, reformas estruturais e medidas concretas para questões específicas”, afirmou, mencionando o problema bancário na Irlanda a as privatizações na Grécia.

Christine Lagarde disse que os programas de ajuda financeira “não são só apenas medidas de austeridade” nem visam apenas as finanças públicas, mas salientou que “sem sólidas bases financeiras, tudo o resto é para esquecer”.

O objectivo é “permitir aos países saldarem as suas finanças públicas, para poderem criar riqueza e emprego”, realçou.