Passos Coelho quer reavaliar lei do aborto e admite novo referendo

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Passos ontem em campanha em Seia Nélson Garrido

“Eu acho que precisamos fazer, tal como, de resto, estava previsto, uma avaliação dessa situação. Eu estive, há muitos anos, do lado daqueles que achavam que era preciso legalizar o aborto – não era liberalizar o aborto, era legalizar a interrupção voluntária da gravidez. Porque há condições excepcionais que devem ser tidas em conta e não devemos empurrar as pessoas que são vítimas dessas circunstâncias para o aborto clandestino. Mas não fui favorável a esta última alteração, na medida em que me pareceu que o Estado tinha obrigações que não cumpriu”.

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“Eu acho que precisamos fazer, tal como, de resto, estava previsto, uma avaliação dessa situação. Eu estive, há muitos anos, do lado daqueles que achavam que era preciso legalizar o aborto – não era liberalizar o aborto, era legalizar a interrupção voluntária da gravidez. Porque há condições excepcionais que devem ser tidas em conta e não devemos empurrar as pessoas que são vítimas dessas circunstâncias para o aborto clandestino. Mas não fui favorável a esta última alteração, na medida em que me pareceu que o Estado tinha obrigações que não cumpriu”.

No espaço de fim de tarde, “director por uma hora”, onde personalidades de vários quadrantes, convidadas pela Rádio Renascença, conduzirão, durante a campanha a emissão informativa por uma hora, e que ontem contou com a edição de Sandra Anastácio, directora da Ajuda de Berço, Passos Coelho defendeu que a actual lei instituiu “uma espécie de liberalização em que muitas das mulheres que se vêem confrontadas com essa necessidade acabem por enfrentar outro tipo de problemas do que aqueles que motivaram a sua decisão drástica”.

E acrescentou: “Hoje, é muito fácil as pessoas poderem evitar esse tipo de situações, desde que actuem com alguma rapidez, desde que o Estado e a sociedade dêem informação necessária às pessoas”.

Ultimada a revisão da lei, Passos Coelho admite submeter o assunto de novo a referendo.

A ministra da Saúde, Ana Jorge, disse ter ouvido "com estranheza" a proposta do líder do PSD de reavaliar a lei do aborto, considerando que seria "um retrocesso" se as mulheres voltassem a interromper a gravidez na clandestinidade.

Notícia actualizada às 14h00