Demitiu-se gestor de projecto da Guimarães Capital Europeia da Cultura de 2012

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A demissão de Carlos Martins da Capital da Cultura era há muito falada nos meios culturais de Guimarães Foto: Adriano Miranda

Carlos Martins ocupava aquele cargo desde 2009, desempenhando funções de coordenação da equipa de programadores. Cabia ao gestor do projecto a coordenação entre as várias áreas de programação e a estrutura de produção do evento, mas há vários meses que assumia cada vez menos protagonismo.

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Carlos Martins ocupava aquele cargo desde 2009, desempenhando funções de coordenação da equipa de programadores. Cabia ao gestor do projecto a coordenação entre as várias áreas de programação e a estrutura de produção do evento, mas há vários meses que assumia cada vez menos protagonismo.

Quando a Câmara de Guimarães criou, em 2009, uma empresa municipal para gerir a CEC, Carlos Martins foi nomeado administrador. Semanas depois, a empresa foi extinta para dar lugar à actual organizadora do evento, a FCG, tendo o responsável passado a ocupar o cargo de gestor de projecto. Desde Março, acumulava a CEC com a presidência da direcção da ADDICT - Agência para o Desenvolvimento das Indústrias Criativas (ver breve na página 30).

Carlos Martins confirma a demissão da CEC, mas remete explicações para a Fundação Cidade de Guimarães. A FCG assume a saída do gestor de projecto, sublinhando que a mesma acontece após a fase de concepção programática. E avança que não haverá substituição no cargo, uma vez que "grande parte da produção está contratualizada à Oficina", a cooperativa municipal de cultura.

A administração da FCG ressalva que Martins continuará a colaborar com o evento, através de uma assessoria, não remunerada, ao administrador do programa cultural, João Serra. Na origem da saída de Carlos Martins estão desentendimentos com a própria FCG. As funções do gestor de projecto foram sendo esvaziadas desde há meses e muitas das decisões da programação, que coordenava, foram bloqueadas pela administração presidida por Cristina Azevedo.

A saída de Martins não surpreendeu as principais associações culturais locais. "Era uma decisão anunciada", afirma a presidente da associação Convívio, Isabel Machado. "Carlos Martins era essencial para a Capital. O projecto da Guimarães 2012 tinha a sua mão e muitos dos conceitos ali expostos eram da sua responsabilidade", considera. Isabel Machado afirma que um dos problemas da preparação da Capital da Cultura tem sido a coordenação entre as várias equipas de programação, funções que deviam estar entregues ao gestor de projecto.

O presidente da Sociedade Martins Sarmento, António Amaro das Neves, também está preocupado com o fim da colaboração formal de Martins no evento. "Era uma peça fundamental da Guimarães 2012", avalia, lembrando que a CEC está a pouco mais de meio ano de distância e que uma demissão neste momento cria mais dificuldades à implementação do projecto.