“O Retrato de Dorian Gray” de Oscar Wilde pela primeira vez sem censura

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Capa da nova edição do livro DR

Pela primeira vez, uma história de Oscar Wilde é publicada sem censura. Na altura em que foi publicada, entre 1890 e 1891, “O Retrato de Dorian Gray” não foi bem recebido. A imprensa britânica não gostou e escreveu sobre a história as piores críticas possíveis, disseram que a história era vulgar, suja, envenenada e vergonhosa e Oscar Wilde foi obrigado a mudar a sua obra.

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Pela primeira vez, uma história de Oscar Wilde é publicada sem censura. Na altura em que foi publicada, entre 1890 e 1891, “O Retrato de Dorian Gray” não foi bem recebido. A imprensa britânica não gostou e escreveu sobre a história as piores críticas possíveis, disseram que a história era vulgar, suja, envenenada e vergonhosa e Oscar Wilde foi obrigado a mudar a sua obra.

Foi preciso passar mais de um século para “O Retrato de Dorian Gray: uma edição completa e sem censura” (2011) poder ser publicado. O livro inclui, pela primeira vez, todas as passagens censuradas, assim como comentários extensos e ilustrações do editor Nicholas Frankel.

A história foi publicada pela primeira vez na revista literária “Lippincott's Monthly Magazine”, já depois do editor da publicação J.M Sotddart ter cortado todas as partes que considerava não serem publicáveis, nomeadamente em relação aos sentimentos homossexuais de uma das personagens criadas por Wilde.

Nesta obra, que tem como argumento principal o desejo da eterna juventude, Oscar Wilde abordou temas muito controversos para a época, como a homossexualidade, a decadência da sociedade vitoriana e a promiscuidade ou a “falsa e perversa” moral desses anos.

Nesta nova edição, o leitor vai ter acesso não só a todos os excertos cortados, até agora inéditos, como também a uma explicação sobre as razoes de Wilde não ter conseguido impedir a censura nas suas obras.

Apesar de muito material se ter perdido ao longo dos anos, a edição de Nicholas Frankel pretende contar toda a história de Wilde e da censura da época vitoriana. O autor fez uma busca aprofundada e apresenta agora “a versão que Oscar Wilde queria que nós lêssemos no século XXI”.