Sporting tenta ser outra vez a "besta negra" do FC Porto

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Na primeira volta, o Sporting empatou o FC Porto José Manuel Ribeiro/Reuters

Se André Villas-Boas reviu a história do FC Porto no campeonato português constatou que o adversário desta noite é uma espécie de "besta negra" da formação nortenha na sua demanda pela invencibilidade num campeonato. Nas oito vezes que os "dragões" terminaram a competição com apenas uma derrota, o Sporting evitou a proeza por três vezes.

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Se André Villas-Boas reviu a história do FC Porto no campeonato português constatou que o adversário desta noite é uma espécie de "besta negra" da formação nortenha na sua demanda pela invencibilidade num campeonato. Nas oito vezes que os "dragões" terminaram a competição com apenas uma derrota, o Sporting evitou a proeza por três vezes.

A primeira desfeita leonina surgiu logo na madrugada desta competição, na temporada de 1939-40, quando um 4-3, no Estádio do Lumiar, em Lisboa, manchou o registo vitorioso do adversário. Os portistas, orientados pelo húngaro Miguel Siska, acabaram por festejar um bicampeonato com 17 vitórias em 18 jogos, numa prova em que participavam, então, dez equipas. Mais duas do que na época anterior, em que já haviam sido campeões com apenas uma derrota, sofrida também na capital, mas dessa vez frente ao Benfica, por 4-1.

Os "leões" voltariam à carga em 1955-56, outra vez em Lisboa, impondo o único desaire dos nortenhos nessa temporada de 26 rondas, em que foram conduzidos ao título pelo brasileiro Dorival Yustrich. Relativamente mais recente, em 1987-88, foi a última vez que os sportinguistas evitaram que o FC Porto fosse campeão invicto.

Uma temporada que tem bastantes semelhanças com a actual. As equipas encontraram-se em Alvalade, a 9 de Abril de 1988, na 29.ª ronda da prova, separadas por um gigantesco fosso pontual de 17 pontos (que seriam 27 se fosse aplicada a regra dos três pontos por vitória e não de dois como se verificou até 1995-96). Os "dragões", comandados pelo croata Tomislav Ivic, acabaram por perder (2-1).

A derrota acabou com a invencibilidade da equipa, mas não ofuscou uma grande época portista (ao nível da actual), que num campeonato com 38 jornadas (houve apenas três na história do futebol português), registou 29 vitórias, oito empates e uma derrota, terminando com uma vantagem de 15 pontos para o Benfica, segundo classificado (que hoje representariam 25 pontos) e 17 para o Sporting (31), que foi quarto.

Para além dos já referidos Sporting e Benfica, também o Estoril (2-0 em 1977-78), Sporting de Braga (3-1 em 1978-79), Boavista (1-0 em 1984-85) e o Marítimo (2-1 em 1994-95), impediram o brilharete portista. Nenhuma das oito derrotas atrás referidas ocorreu em casa, o que poderá deixar mais confiantes os "dragões", a quem resta jogar fora de portas com V. Setúbal (28.ª jornada) e Marítimo (30.ª).

Para os "leões", o jogo de hoje é consideravelmente mais importante do que simplesmente impedir a invencibilidade do adversário e evitar que o FC Porto de Villas-Boas iguale o Benfica de Jimmy Hagan (1972-73) como único campeão sem derrotas.

Este será, aliás, o pormenor que menos preocupará a equipa de José Couceiro. Numa luta feroz pelo terceiro lugar com o Braga, que parte com a vantagem de um ponto para esta ronda, o Sporting terá poucas opções para além de tudo tentar para não perder com o já confirmado campeão nacional. É que, em caso de desaire, poderá ficar a quatro pontos do derradeiro objectivo da época (os minhotos jogam amanhã, no recinto do Nacional), quando ficam a faltar só três rondas para o fim do campeonato, que termina precisamente com os "leões" a visitarem Braga.