Docentes obrigados a corrigir exames durante quatro anos

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As acções de formação foram adiadas para as férias da Páscoa Cláudia Ribeiro

Muitos professores recusaram-se a assinar e o acordo desapareceu. No final de Março, os directores das escolas foram informados da existência de um novo despacho, que ainda não foi publicado em Diário da República, onde não se faz qualquer referência a um acordo, impondo-se em sua substituição que "a designação para a bolsa de classificadores tem a duração de quatro anos escolares". Por outro lado, é transferida para os directores a obrigação de designar a integração dos classificadores naquela bolsa.

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Muitos professores recusaram-se a assinar e o acordo desapareceu. No final de Março, os directores das escolas foram informados da existência de um novo despacho, que ainda não foi publicado em Diário da República, onde não se faz qualquer referência a um acordo, impondo-se em sua substituição que "a designação para a bolsa de classificadores tem a duração de quatro anos escolares". Por outro lado, é transferida para os directores a obrigação de designar a integração dos classificadores naquela bolsa.

Os nomes dos docentes que respondem aos critérios fixados pelo ME para o exercício da função de classificador são enviados pelos directores e a selecção é feita pelo Gave, "que depois diz ao director quem é que tem de designar", resume Eduardo Lemos, responsável pela Escola Secundária Eça de Queiroz, na Póvoa de Varzim. "É um acto administrativo que a lei me impõe. Não fui eu que os escolhi. O que vou fazer é um documento a indicar que, por orientação do Gave, os professores referidos estão designados" para integrar a bolsa, acrescenta.

Segundo Eduardo Lemos, que é também da direcção da Associação Nacional de Dirigentes Escolares, através destas alterações o ministério e o Gave estão "a transferir para as escolas a responsabilidade de quaisquer constrangimentos" que advenham da existência da bolsa de professores classificadores, nomeadamente no que respeita ao funcionamento das escolas durante o período dos exames e à vigilância destes.

O novo diploma permite que, em situações excepcionais, poderão ser seleccionados docentes que não tenham tido formação. Mas esta continua a ser apresentada como obrigatória. A maior parte das acções deste ano foi transferida para meados das férias da Páscoa. O Gave explicou que esta transferência visa evitar que decorram ao sábado, como estava previsto.