Ippar abre classificação do Estádio de Braga

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Estádio Municipal de Braga construído por Souto Moura Nelson Garrido

Rodeia justificou ontem e ta classificação tão rápida (o estádio inaugurou há um ano) pelo "valor arquitectónico intrínseco do imóvel", pelo facto de ser "uma referência absoluta", demonstrado pela atribuição do Secil, e pelo seu "valor simbólico", por ser uma realização do Euro 2004. Não foi possível obter ontem um comentário de Souto Moura, que pela primeira vez vê uma obra sua protegida pelo Ippar.

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Rodeia justificou ontem e ta classificação tão rápida (o estádio inaugurou há um ano) pelo "valor arquitectónico intrínseco do imóvel", pelo facto de ser "uma referência absoluta", demonstrado pela atribuição do Secil, e pelo seu "valor simbólico", por ser uma realização do Euro 2004. Não foi possível obter ontem um comentário de Souto Moura, que pela primeira vez vê uma obra sua protegida pelo Ippar.

Na cerimónia de entrega do Secil, foram muitos os elogios. Jorge Sampaio, último a falar antes do arquitecto, protestou pela quantidade de elogios que as circunstâncias o têm levado a fazer "ao mestre Souto Moura" - "é muito incómodo dizer mais uma vez bem de si e da sua obra". Helena Roseta, presidente da Ordem dos Arquitectos, adivinhando a classificação pelo Ippar, disse que "mesmo que se deixe de fazer futebol no estádio, ele continuará lá", lembrando que o estádio já tinha sido consagrado pelo público antes do prémio.

Além do Estádio de Braga, o júri atribuiu três menções especiais: aos Auditórios da Universidade dos Açores (Inês Lobo e Pedro Domingos), ao Plano das Antas e Estádio do Dragão (Manuel Salgado, Atelier Risco), e à Sede do Governo da Província do Barbante Flamengo, de Gonçalo Byrne. O júri incluía Nuno Portas (presidente), Ana Tostões, João Rodeia, Pedro Maurício Borges, Armindo Alves Costa e Paula Santos.

Portas começou por dizer que se considerava "um crítico de arquitectura fora de prazo", mas que o júri era exigente e nem sempre estava de acordo com o presidente, o que era "bom sinal". Como escreveu na monografia que acompanha o prémio, votou vencido e teria preferido que o estádio ganhasse em ex-aequo com o estádio de Salgado ou com o edifício de Byrne.

Na cerimónia, Portas disse que a sua posição "não pode ser entendida como uma relativização do prémio" dado Souto Moura - chama-lhe na monografia um "soberbo projecto" -, mas antes "sublinha a excelência do momento alto" da arquitectura portuguesa.

Souto Moura começou por agradecer ao júri - "penso que decidiu bem no meu entender". Depois, fez questão de nomear várias das especialidades envolvidas no projecto, como a engenharia, sublinhando a sua importância no estádio. Disse também que era uma humilhação o decreto 73-73 ainda não ter sido revogado.