Elizabeth Taylor: o perfil de uma estrela

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No auge da sua carreira, Liz era uma das mais bonitas mulheres do mundo. E uma das melhores actrizes de Hollywood. As décadas de 1950 e 1960 foram os seus anos de glória. Recebeu quatro nomeações para Óscares entre 1958 e 1961. Apenas ganhou dois, pelos papéis nos filmes "Butterfield 8" (1961) e "Quem Tem Medo de Virginia Woolf" (1967).

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No auge da sua carreira, Liz era uma das mais bonitas mulheres do mundo. E uma das melhores actrizes de Hollywood. As décadas de 1950 e 1960 foram os seus anos de glória. Recebeu quatro nomeações para Óscares entre 1958 e 1961. Apenas ganhou dois, pelos papéis nos filmes "Butterfield 8" (1961) e "Quem Tem Medo de Virginia Woolf" (1967).

Mas a carreira de Elizabeth Taylor começou muito antes. Liz nasceu em Londres no dia 27 de Fevereiro de 1932, filha de uma ex-actriz e de um negociante, ambos americanos. Os seus pais mudaram-se para a Califórnia quando tinha sete anos e pouco depois o seu talento ficou a descoberto.

O mundo tomou conhecimento pela primeira vez dos seus olhos azul-violeta no seu filme de estreia, There's One Born Every Minute, tinha Liz dez anos. Nessa altura ainda não tinha o cabelo impecavelmente armado que a viria a caracterizar mais tarde. Nestes tempos usava o cabelo comprido e solto. Ainda com este look juvenil entrou no clássico Lassie Come Home, embora tenha começado a conquistar a sua legião de fãs contracenando não com cães, mas com cavalos, no filme National Velvet.

A partir deste momento Elizabeth Taylor transformou-se em mais uma child star da fábrica Metro Goldwyn Mayer (MGM), a par de nomes como Mickey Rooney e Judy Garland. Liz guarda memórias agridoces desses tempos: “Tinha dez anos quando cheguei à MGM e passei os 18 anos seguintes atrás das paredes daqueles estúdios. Era uma rapariguinha a crescer num sítio estranho; é-me difícil separar aquilo que era real daquilo que não era”, disse a actriz em 1974, como recorda a NPR.

As décadas seguintes foram de exaltação de todo o seu talento. A sua interpretação em Cleópatra colou-se-lhe à pele. Como se a rainha egípcia e a divindade de Hollywood se tivessem transformado numa mesma substância.

Durante estes anos, Taylor alcançou o estatuto de diva. A sua vida era de excessos. Sobretudo amorosos e financeiros. Tentou o suicídio quando o seu amado Richard Burton lhe disse que nunca poderia abandonar a mulher. Quando finalmente o teve para si - transformando-o no seu quarto marido - começaram a viver uma vida de luxos. A expressão spending money like the Burtons começou a fazer parte do léxico americano. Foram o casal-sensação de Hollywood durante alguns anos. A relação era arrebatada, poética, perdulária. Findo o Liz&Dick, Taylor partiu para outra. A actriz casou-se ainda mais duas vezes.

As suas tragédias pessoais e os seus múltiplos casamentos fizeram muitas capas de revista. Liz continuou, indiferente, como só conseguem ser indiferentes as estrelas que brilharam numa altura em que o star system de Hollywood era ainda algo de sagrado.

“Elizabeth Taylor foi lançada através dos filmes, mas tornou-se maior do que os filmes”, disse à NPR Peter Rainer, ex-presidente da National Society of Film Critics.

Nos últimos anos, Elizabeth Taylor era uma imagem deformada do seu auge. Engordou muito, tinha uma saúde débil, deslocava-se em cadeira de rodas... Na década de 1990, Liz foi submetida a duas operações de substituição de anca e quase morreu de pneumonia. Em 1997 foi igualmente submetida a uma complicada remoção de um tumor cerebral. Nessa altura não hesitou em aparecer ao mundo de cabeça rapada. O objectivo - reconheceu então - era dar força a quem, como ela, estivesse a passar por problemas semelhantes.

É igualmente conhecida a sua luta contra o vírus da sida. Em 1991 fundou a American Foundation for AIDS Research (AmFar), após a morte do seu colega actor e grande amigo Rock Hudson, em 1985. Nunca deixou de angariar fundos para esta causa, mesmo quando já estava muito debilitada fisicamente.

Era muito amiga do também falecido Michael Jackson. A morte do cantor, em Junho de 2009, abalou muito a actriz. Precisamente por estar muito fraca, Liz não pôde comparecer às cerimónias fúnebres de Jackson, mas publicou um comunicado em que dizia: “Irei sempre amar o Michael do fundo do meu ser e nada nos poderá separar”.