Merkel elogia reformas em Portugal, mas diz que é preciso assegurar a sua implementação
Angela Merkel assegurou que não foi discutida a hipótese de Portugal vir a beneficiar da ajuda do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF), cuja flexibilização os Vinte e Sete vão discutir nas próximas duas cimeiras dos líderes europeus, em Março.
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Angela Merkel assegurou que não foi discutida a hipótese de Portugal vir a beneficiar da ajuda do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (EFSF), cuja flexibilização os Vinte e Sete vão discutir nas próximas duas cimeiras dos líderes europeus, em Março.
Em conferência de imprensa a seguir ao encontro, de sua iniciativa, com o primeiro-ministro português, a chefe de Governo alemã sublinhou que Portugal tem dado passos na direcção certa, apelidou as medidas de austeridade de corajosas e disse que “Portugal está num muito bom caminho”.
Embora defendendo não serem precisas medidas de austeridade adicionais – Merkel diz que Portugal e Espanha desenvolveram “reformas consideráveis” – a chanceler alemã disse que “as reformas devem ir mais além”, assumiu (a agência Reuters traduziu as palavras da chanceler como “The reforms must go further”). Para a chanceler, as medidas estruturais em Portugal estão tomadas, e, agora, os resultados "dependem da sua implementação”.
Por seu lado, o primeiro-ministro português reforçou que a Europa deve dar uma resposta comum à crise da zona euro. Deixou claro: “Não é necessário ajuda externa”. E rejeitou a ideia de subserviência por causa de se encontrar em Berlim com Merkel, dizendo que “Portugal tem oito séculos de história e não é subserviente com ninguém, a não ser com o seu povo”, cita a Lusa a partir da capital alemã.
Sócrates partiu para Berlim para convencer a chanceler alemã da seriedade do plano de consolidação português e levou consigo um trunfo: os dados preliminares da execução orçamental de Fevereiro, que apontam para uma descida de 3,6 por cento na despesa efectiva do Estado nos dois primeiros meses do ano.
E se Merkel colocou de parte a ideia de uma ajuda a Portugal no âmbito do fundo de socorro do euro, disse que a Alemanha está preparada para discutir uma eventual renegociação do pedido de ajuda por parte da Irlanda, avança a Reuters.
“Se um membro [da zona euro] faz um pedido, naturalmente iremos lidar com isso”, disse, para depois insistir que o pacote de ajuda irlandês “ainda é recente” e que foi acordado “há apenas algumas semanas ou meses”.
“Não posso dizer, hoje, se vamos alterar o fundo” de socorro, insistiu.
Notícia actualizada e alterada às 20h06Nota: Às 17h35 de 4 de Março de 2011, a agência Reuters emitiu uma rectificação, corrigindo a tradução (de alemão para inglês) das palavras de Angela Merkel, dizendo que a chanceler alemã não tinha afirmado que as reformas económicas em Portugal deviam ir mais além. “Quero dizer claramente que os esforços que Portugal tomou não só têm o nosso apoio, mas quero dizer claramente que foram dados passos corajosos, que irão continuar”, cita agora a Reuters, na versão rectificada das declarações da chanceler.