Estado endividou-se a um ano com juros a subirem 7,5 por cento em duas semanas

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Sara Matos/ arquivo

O Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP) colocou no mercado mil milhões de euros em Bilhetes do Tesouro a um ano (o que significa que se endividou nessa quantia), pagando um juro médio de 3,987 por cento, mais 7,47 por cento do que os 3,710 por cento pagos há duas semanas, no dia 2 deste mês, por 800 milhões obtidos numa emissão com o mesmo prazo.

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O Instituto de Gestão da Tesouraria e do Crédito Público (IGCP) colocou no mercado mil milhões de euros em Bilhetes do Tesouro a um ano (o que significa que se endividou nessa quantia), pagando um juro médio de 3,987 por cento, mais 7,47 por cento do que os 3,710 por cento pagos há duas semanas, no dia 2 deste mês, por 800 milhões obtidos numa emissão com o mesmo prazo.

Esta subida da taxa de juro representa uma variação moderada, atendendo a que há um mês, a 19 de Janeiro, uma emissão semelhante foi colocada a uma taxa de juro média de 4,029 por cento.

A taxa de juro a um ano ficou ontem em 4,267 por cento nos mercados secundários, segundo a Reuters, e hoje estava a descer ligeiramente, para 4,178 por cento às 11h20, sendo normal que nas emissões no mercado primário o valor fique um pouco abaixo dos do mercado secundários.

Por outro lado, a procura continua robusta, tendo quase duplicado a oferta máxima de mil milhões, ficando em 1883 milhões (1,9 vezes a oferta). No entanto, na emissão do mês passado tinha havido uma procura de 2077 milhões para os 800 milhões colocados numa emissão de mil a 1250 milhões conjunta para bilhetes a seis meses e a um ano.

O secretário de Estado do Tesouro, Carlos Costa Pina, realçou que na emissão de hoje “a procura foi mais uma vez elevada e bem distribuída, mantendo-se uma expressiva presença de investidores internacionais”, numa mensagem de correio electrónico enviada à agência Reuters.

Costa Pina considerou que, depois das operações de hoje (a de recompra de dívida e esta emissão), “o programa de financiamento seguem como planeado e em condições comparativamente melhores que as verificadas em operações anteriores”.

O gestor de dívida do Banco Carregosa, Filipe Silva, considera que “a grande surpresa foi a taxa conseguida”. Isto porque “ontem, estava à espera de uma taxa acima dos quatro por cento, seguindo o que estava a ser feito no mercado, e conseguiu ficar abaixo. Apesar de a procura ter descido, a taxa não foi tão alta quanto o mercado esperava, o que é positivo para o Estado.”

Última actualização às 12h00