Morreu Samuel Ruiz, o bispo que lutou pela paz em Chiapas

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Samuel Ruiz em frente ao subcomandante Marcos, em 1996 Heriberto Rodriguez/Reuters

Samuel Ruiz, que durante quatro décadas foi bispo de San Cristóbal de las Casas, no estado mexicano de Chiapas, mediou o conflito entre o Governo mexicano e os rebeldes zapatistas nos anos 1990. Em 1994, durante a revolta do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) liderado pelo subcomandante Marcos, foi na catedral de San Cristobal que acabaram por ser estabelecidos os primeiros contactos entre as duas partes. Aliás, o bispo não escondia o seu apoio a algumas reivindicações dos rebeldes zapatistas, sobretudo na área da saúde ou da justiça, embora sempre tenha manifestado a sua oposição ao confronto armado.

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Samuel Ruiz, que durante quatro décadas foi bispo de San Cristóbal de las Casas, no estado mexicano de Chiapas, mediou o conflito entre o Governo mexicano e os rebeldes zapatistas nos anos 1990. Em 1994, durante a revolta do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN) liderado pelo subcomandante Marcos, foi na catedral de San Cristobal que acabaram por ser estabelecidos os primeiros contactos entre as duas partes. Aliás, o bispo não escondia o seu apoio a algumas reivindicações dos rebeldes zapatistas, sobretudo na área da saúde ou da justiça, embora sempre tenha manifestado a sua oposição ao confronto armado.

Activista pelos direitos dos indígenas, Ruiz conquistou uma enorme popularidade entre as populações, mas entrou muitas vezes em divergência com os vários governos mexicanos ou as facções mais conservadoras da Igreja Católica no México.

Fundador da organização não governamental Frei Bartolomeu de Las Casas, uma das mais importantes em Chiapas, foi galardoado em 2000 com o prémio Simón Bolívar da Unesco. Ontem foi recordado pela secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton, que está de visita ao México e lembrou que Ruiz era “um mediador incansável”. E o Presidente mexicano, Felipe Calderón, homenageou o bispo que lutou “por um México mais justo, mais igualitário e mais digno”.