Espanha coloca três mil milhões de dívida com taxa alta mas forte procura

Foto
Elena Salgado, a ministra da Economia e Finanças de Espanha Yuri Gripas/ Reuters/ arquivo

A operação acabou por ser vista também como um sucesso relativo (tal como a emissão portuguesa de ontem…), apesar de a taxa de juro paga ter subido uns violentos 27 por cento face aos 3,576 por cento pagos na última emissão semelhante, a 4 de Novembro.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A operação acabou por ser vista também como um sucesso relativo (tal como a emissão portuguesa de ontem…), apesar de a taxa de juro paga ter subido uns violentos 27 por cento face aos 3,576 por cento pagos na última emissão semelhante, a 4 de Novembro.

No entanto, esta escalada (de 97 pontos-base, ou 0,97 pontos percentuais) acabou por ser melhor do que a esperada por um conjunto de analistas citados pela agência Reuters, que apontavam para uma subida de 130 pontos-base.

A pressão de subida dos juros da dívida tem-se feito sentir mais nas emissões de curto e médio prazo, pois os receios quanto ao desempenho das economias em dificuldade são maiores no curto prazo, havendo alguma expectativa de que a longo prazo a situação financeira possa estar estabilizada.

Aliás, na emissão portuguesa de ontem isso reflectiu-se numa subia de 35 por cento na taxa a quatro anos (para 5,396 por cento), enquanto nas obrigações a dez anos descia ligeiramente, para próximo de 6,7 por cento.

No entanto, a emissão espanhola de hoje está sensivelmente em linha com os juros implícitos nos mercados secundários a cinco anos, que eram de 4,643 por cento pelas 10h15, segundo a Reuters. Para Portugal, eram de 5,736 por cento.

Os analistas ouvidos pela agência Reuters consideram em geral que a emissão espanhola correu bem e a procura foi classificada como forte (no leilão anterior, tinha sido de 1,6 vezes a oferta).

“Leilão forte, no topo do intervalo pretendido [ia de 2000 a 3000 milhões] e bem coberto. Este leilão é um teste de acidez muito mais válido do que o leilão de ontem de obrigações portuguesas, porque não houve intervenção directa do BCE para o influenciar”, disse um analista do Credit Agricole em Londres, Peter Chatwell.

Depois do leilão de dívidas espanhola, o euro subiu face ao dólar.