Perfil de António Saraiva

Em 1980, entrou no Técnico, para cursar Engenharia Mecânica, à noite. A Lisnave, com 8 mil trabalhadores, estava falida. O capital social não cobria os salários em atraso (2,2 milhões de contos). Em 1982, é desencaminhado por Elisa Damião da UGT para formar uma lista para a comissão de trabalhadores. Levou três anos até que, em 1985, ganharam a maioria (6 contra 5). "Durante dois anos, vi-me líder da CT da Lisnave. E o primeiro contrato social que se fez no país, não foi na Autoeuropa, mas na Lisnave." Mas os camaradas acharam que era tempo de sair da CT. No final de 1986, bateu com a porta, voltou às cargas. Em Julho de 1987, o grupo Mello reconheceu nele "alguma capacidade de negociação" e convidaram-no para director comercial da Luso-Italiana, a fábrica de torneiras Zénite. "Eu sabia lá o que era uma torneira." Pediu para ir à experiência, mas deu com o caos. "Já viu uma fábrica que não tinha catálogo dos seus produtos, não conhecia os clientes? Fui a Itália e a Espanha, aprendi, alterei processos. Fiz uma revolução. Fui o único quadro do grupo Mello não licenciado, o que me dá algum orgulho." Ao fim de 10 anos era promovido a administrador, depois a administrador-delegado e, em 1997, Saraiva comprou a firma.

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Em 1980, entrou no Técnico, para cursar Engenharia Mecânica, à noite. A Lisnave, com 8 mil trabalhadores, estava falida. O capital social não cobria os salários em atraso (2,2 milhões de contos). Em 1982, é desencaminhado por Elisa Damião da UGT para formar uma lista para a comissão de trabalhadores. Levou três anos até que, em 1985, ganharam a maioria (6 contra 5). "Durante dois anos, vi-me líder da CT da Lisnave. E o primeiro contrato social que se fez no país, não foi na Autoeuropa, mas na Lisnave." Mas os camaradas acharam que era tempo de sair da CT. No final de 1986, bateu com a porta, voltou às cargas. Em Julho de 1987, o grupo Mello reconheceu nele "alguma capacidade de negociação" e convidaram-no para director comercial da Luso-Italiana, a fábrica de torneiras Zénite. "Eu sabia lá o que era uma torneira." Pediu para ir à experiência, mas deu com o caos. "Já viu uma fábrica que não tinha catálogo dos seus produtos, não conhecia os clientes? Fui a Itália e a Espanha, aprendi, alterei processos. Fiz uma revolução. Fui o único quadro do grupo Mello não licenciado, o que me dá algum orgulho." Ao fim de 10 anos era promovido a administrador, depois a administrador-delegado e, em 1997, Saraiva comprou a firma.

Texto publicado no dia 27 de Dezembro de 2009