BCE mantém empréstimos especiais aos bancos enquanto for necessário
O anúncio feito pelo presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, vem ao encontro das expectativas dos mercados, que estavam a antecipar um adiamento da retirada das ajudas do banco europeu devido à crise da dívida nos países periféricos do euro.
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O anúncio feito pelo presidente do BCE, Jean-Claude Trichet, vem ao encontro das expectativas dos mercados, que estavam a antecipar um adiamento da retirada das ajudas do banco europeu devido à crise da dívida nos países periféricos do euro.
Na sequência da reunião do conselho de governadores, que decorreu hoje, o BCE decidiu manter as suas principais operações de refinanciamento à banca, a taxa fixa e sem restrições do montante de empréstimos. Isto aplica-se tanto para as operações a um mês, como a três ou seis meses.
Os mercados estavam também à espera de algum anúncio de reforço do programa de compra de obrigações de dívida pública, que o BCE lançou na Primavera para travar a crise da dívida na Grécia e o contágio a outros países.
Em relação a este tema, Jean-Claude Trichet disse que não iria comentar as observações dos participantes no mercado, que têm dito que o BCE tem comprado obrigações dos países em risco, como Portugal e Espanha. Mas garantiu que vai “continuar a estar permanentemente alerta” e a prosseguir com as compras de dívida que considerar necessário. Até ao momento, o BCE já comprou cerca de 67 mil milhões de euros em obrigações.
Questionado pelos jornalistas, Trichet voltou a garantir que este programa é “temporário” e admitiu que a decisão de prosseguir com a compra de obrigações não foi unânime, tendo sido aprovada pela maioria dos membros do conselho de governadores.
O banco europeu anunciou ainda que iria manter inalteradas as taxas de juro em um por cento, o nível mais baixo de sempre, considerando-as “apropriadas”. Para Trichet, as “pressões inflacionistas permanecem contidas no médio prazo” e “as expectativas de inflação estão firmemente ancoradas” ao objectivo de manter a inflação próxima dos dois por cento no médio prazo.
Nova previsão de crescimento para 2010Na sequência da reunião do conselho de governadores, o BCE reviu hoje em alta a sua previsão de crescimento para este ano, projectando que a zona euro cresça 1,7 por cento, mais 0,1 pontos percentuais do que o previsto anteriormente.
Para o próximo ano, a previsão de crescimento permanece inalterada nos 1,4 por cento e espera-se agora uma inflação de 1,8 por cento, face à anterior previsão de 1,7 por cento. O BCE avançou ainda com uma primeira previsão para 2012, apostando num crescimento ainda tímido – de 1,7 por cento (o mesmo que este ano) – da zona euro e numa inflação de 1,5 por cento.
De acordo com Jean-Claude Trichet, a retoma económica dos países da moeda única evidencia uma dinâmica positiva, mas permanece rodeada de um “elevado grau de incerteza”.
O presidente do BCE destacou que as preocupações quanto à situação orçamental de alguns países da zona euro se mantêm “muito elevadas”, solicitando que estes Estados prossigam com os seus programas de consolidação e redução do défice.
Notícia actualizada às 14h28