A arte que também moldou Pancho Guedes numa exposição em Lisboa

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A primeira retrospectiva em Portugal do arquitecto português que foi "modernista antes dos modernistas", como é conhecido Pancho Guedes, aconteceu no ano passado, no Museu Berardo, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, e dava pelo título "Pancho Guedes - Vitruvius Mozambicanus". Nela podia ver-se a obra e a ligação ao imaginário local africano, do também pintor e escultor, que viveu grande parte da sua vida entre Moçambique e a África do Sul, e constatar-se a influência que teve nele o arquitecto Le Corbusier mas também objectos da arte africana, pela qual Pancho Guedes nutre especial fascínio, como as cruzes Mbali, as portas Zambeze ou as máscaras Lomue.

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A primeira retrospectiva em Portugal do arquitecto português que foi "modernista antes dos modernistas", como é conhecido Pancho Guedes, aconteceu no ano passado, no Museu Berardo, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, e dava pelo título "Pancho Guedes - Vitruvius Mozambicanus". Nela podia ver-se a obra e a ligação ao imaginário local africano, do também pintor e escultor, que viveu grande parte da sua vida entre Moçambique e a África do Sul, e constatar-se a influência que teve nele o arquitecto Le Corbusier mas também objectos da arte africana, pela qual Pancho Guedes nutre especial fascínio, como as cruzes Mbali, as portas Zambeze ou as máscaras Lomue.

Essas e outras peças, que terão influenciado o próprio artista - no total 500, que compõem a vasta colecção de arte africana do arquitecto e da mulher Dori (Dorothy Ann Phillips), iniciada nos anos 50 e 60 - vão poder ser vistas na exposição "As Áfricas de Pancho Guedes - Colecção Dori e Amâncio Guedes" que abre ao público no dia 17, no Mercado de Santa Clara, em Lisboa. 

Organizada pela Câmara Municipal de Lisboa e comissariada por Alexandre Pomar e Rui Mateus Pereira, reúne arte popular, artesanato, objectos tradicionais e de uso quotidiano, e artes plásticas. E nesta última parte, terão especial relevo 17 obras dos primeiros anos do pintor moçambicano Malangatana, descoberto por Pancho Guedes quando trabalhava no bar do então Clube de Lourenço Marques (em Maputo) que o arquitecto frequentava. Esta é apenas uma das muitas histórias de vida que deverá conter esta exposição (até 11 de Março de 2011) sobre o autor do emblemático edifício de Maputo "O Leão que Ri", que, além de arquitecto e artista reconhecido além-fronteiras foi, segundo o comissário Alexandre Pomar, importante divulgador e patrono da Arte Moderna Africana.