Pedro Passos Coelho diz estar pronto para governar com o FMI

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Passos Coelho considera que Portugal tem as condições para resistir ao pedido de ajuda Daniel Rocha (arquivo)

“Trabalharei com o FMI se for essa a forma de ajudar o país”, declarou Passos Coelho, lembrando que, se for necessário, essa ajuda “vai prolongar-se por quatro a seis anos, nunca menos”.

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“Trabalharei com o FMI se for essa a forma de ajudar o país”, declarou Passos Coelho, lembrando que, se for necessário, essa ajuda “vai prolongar-se por quatro a seis anos, nunca menos”.

Ainda assim, considera que Portugal tem as condições para resistir. Tudo porque, na sua opinião, as condições de execução orçamental aprovadas este mês “podem dar alguma confiança aos mercados” e depois porque a banca se mantém “saudável”. Por isso, acrescenta, espera “vir a ser primeiro-ministro fora de um quadro desse tipo”.

Perante o futuro, Passos Coelho garante estar “realista e preparado para tudo”. Entende que “o país precisa de mudar a orientação do Governo” e o PSD “pode polarizar essa mudança”.

Mas deixa um aviso: “do mesmo modo que não chegámos até aqui de um dia para o outro – foram precisos quase 15 anos de despreocupação absoluta -, vai-nos demorar cinco ou seis a tirar o corpo da pancada”. E, garante, ninguém o vai ouvir dizer “que vamos ter o paraíso na terra nos próximos anos”.

Passos Coelho salienta que o país não tem dinheiro para pagar o sistema actual. "O Serviço de Saúde, a Educação, o Seguro Social e os salários da Administração, isto junto consome já a totalidade dos nossos impostos e contribuições sociais". Perante o cenário, "ou cortamos cegamente empurrados pela extrema necessidade ou cortamos com lógica de modo a defender os que têm menos recursos e a integridade e qualidade do serviço prestado", advogou.