Ministra do Ambiente considera fraldas reutilizáveis uma “iniciativa ganhadora”

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A ministra hoje na Maternidade Alfredo da Costa Joana Bourgard

Fraldas vermelhas, cor-de-rosa, amarelas, lisas ou com desenhos, estiveram hoje “à mostra” na maternidade para todos verem como funcionam os velcros e os botões e desmistificar a comparação às velhinhas fraldas de pano branco.

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Fraldas vermelhas, cor-de-rosa, amarelas, lisas ou com desenhos, estiveram hoje “à mostra” na maternidade para todos verem como funcionam os velcros e os botões e desmistificar a comparação às velhinhas fraldas de pano branco.

O projecto Fraldinhas, na semana europeia da prevenção de resíduos, foi hoje à maternidade Alfredo da Costa, em Lisboa, entregar vários kits de fraldas às jovens mães, pela mão da própria ministra Dulce Pássaro e pelo secretário de Estado do Ambiente, Humberto Rosa.

“A nossa presença aqui pretende dar um sinal claro em relação à importância da iniciativa”, da responsabilidade da associação Quercus e da EGF (Empresa Geral de Fomento), com o apoio daquela maternidade.

Segundo explicou Cármen Lima, da Quercus, cada kit tem três fraldas. “Depois de experimentarem e se gostarem, os pais podem decidir comprar as fraldas restantes”, disse ao PÚBLICO.

Um kit completo, que durará dois anos e meio e que pode servir até três crianças, terá um custo total de cerca de 250 euros. “À partida, estas fraldas são mais caras. Mas o investimento inicial é recuperado em quatro meses”, garantiu a ministra. Por isso, entende que “vai ser preciso dar alguns incentivos”, sem explicar mais. Ainda assim, muito "dependerá da adesão dos pais".

O impacto das fraldas descartáveis no Ambiente e os custos de tratamento deste resíduo urbano também foram salientados. João Figueiredo, da Valorsul - sistema que trata dos resíduos sólidos urbanos de 19 municípios, que serve um milhão e meio de habitantes - lembrou que recebem cem mil toneladas de fraldas usadas por dia. "Se depositássemos as fraldas num campo de futebol, ao final do ano a altura das fraldas seria de 15 metros, o correspondente a um prédio de cinco andares", explicou.

Mas é difícil trabalhar na área da prevenção, admite Susana Fonseca, presidente da direcção da Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza. "Tudo porque implica mudar hábitos e comportamentos". A responsável salientou, por isso, a importância de os pais "terem contacto com estas fraldas, ver como funcionam", talvez nas maternidades e centros de saúde.