Rússia quer obter 42 mil milhões de euros com privatizações

O vice-primeiro-ministro russo, Igor Chuvalov, citado pela imprensa russa, disse que a lista de empresas, entre as quais a petrolífera Rosneft, pode ser aumentada.

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O vice-primeiro-ministro russo, Igor Chuvalov, citado pela imprensa russa, disse que a lista de empresas, entre as quais a petrolífera Rosneft, pode ser aumentada.

Entre as unidades a alienar estão empresas dos sectores dos hidrocarbonetos, da energia, da banca e dos transportes. A lista tem ainda de ser aprovada e assinada pelo Presidente da Federação Russa, Dmitri Medvedev.

No fim de Julho, os dirigentes de Moscovo anunciaram uma lista de empresas públicas, ou semipúblicas, que deveriam ser parcialmente vendidas entre 2011 e 2013, mas era nitidamente mais pequena do que a anunciada hoje.

Algumas das empresas que o Estado russo quer vender são a Rosneft, que é o primeiro grupo petrolífero do país, o banco semipúblico Sberbank, o banco público VTB, o segundo em termos de activos, e a sociedade de caminhos de ferro RJD.

O Governo quer vender 15 por cento do capital da Rosneft em cinco anos e ceder o controlo da empresa em 2015; na RJD tenciona vender 25 por cento menos uma acção entre 2013 e 2015.

A lista inclui ainda o operador hidroeléctrico Rusguidro e o transportador marítimo Sovkomflot. Sobre a transportadora aérea Aeroflot, o Governante indicou que não está tomada nenhuma decisão.

Esta vaga de privatizações, a maior desde os anos 90, corresponde a uma alteração da estratégia de concentração da economia nas mãos do Estado, empreendida na década passada pelo ex-presidente Vladimir Putin, actual primeiro-ministro.Putin decidiu esta estratégia para domar os oligarcas, homens de negócios pouco escrupulosos que construíram impérios empresariais durante as privatizações opacas nos anos 90 e que desempenharam um papel importante na vida política.

Mas depois da crise mundial, que afectou duramente a Federação Russa e fez cair o saldo orçamental russo pela primeira vez em dez anos para o vermelho, com um défice equivalente a 5,9 por cento do Produto Interno Bruto em 2009, as privatizações aparecem como uma solução para obter os fundos necessários à modernização, tema caro ao Presidente Medvedev.

Chuvalov sublinhou, entretanto, que a redução do défice não é o “factor fundamental” da decisão de privatizar as empresas mencionadas.