Sovena diz que aumento do IVA fará “disparar importações e economia paralela”

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Taxa a aplicar sobre óleos alimentares poderá aumentar dez pontos percentuais Daniel Rocha/ Arquivo Público

A confirmar-se um aumento de dez pontos percentuais na taxa a aplicar sobre os óleos alimentares, a proposta da versão preliminar do Orçamento do Estado para 2011 “teria consequências gravíssimas para este sector de actividade e para toda a economia nacional”, defende o grupo português.

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A confirmar-se um aumento de dez pontos percentuais na taxa a aplicar sobre os óleos alimentares, a proposta da versão preliminar do Orçamento do Estado para 2011 “teria consequências gravíssimas para este sector de actividade e para toda a economia nacional”, defende o grupo português.

Em comunicado, a Sovena espera que a proposta ainda venha a ser “objecto da devida correcção”, caso contrário, provocará “um conjunto de perigos e prejuízos”. Entre eles estaria a “disparidade de taxas de IVA em comparação com a vizinha Espanha (actualmente a taxa de IVA é de oito por cento) que provocaria o disparar das importações e da economia paralela, com um prejuízo evidente para a indústria e nacional, com reflexos directos ao nível do investimento e do emprego, afectando também a economia nacional.”

Segundo a Sovena, esta proposta teria também efeitos negativos na agricultura nacional, com “ a inevitável redução do consumo a repercutir-se na quebra de produção, principalmente do girassol e do milho.”

O grupo detentor das marcas Fula e VÊGÊ adianta ainda que este aumento de 13 para os 23 por cento teria um “efeito nefasto” na dieta dos portugueses, principalmente dos “economicamente mais débeis”.

A Sovena relembra ainda projectos de investimento programados para o sector que, acredita o grupo, seriam claramente “abandonados ou deslocados para outros países, frustrando assim, inclusive, o objectivo de aumento da receita fiscal.”

Em declarações ao PÚBLICO, Jorge de Mello, administrador e vice-presidente da Sovena, afirmou que "face à elevada competitividade do mercado de óleos alimentares e margens já de si muito reduzidas, não existirão muitas alternativas em repercutir a subida do IVA". Mas que, ainda assim, "a última palavra cabe à distribuição que é quem determina os pvp [preço de venda ao público]."

O grupo detém uma quota de mercado de cerca de 70 por cento, sendo a marca Fula responsável por 30 por cento do total.

Notícia actualizada às 18h53