Comer Orar Amar

No tempo em que as estrelas abundavam, existia um conceito que, entretanto, desapareceu do vocabulário fundamental dos espectadores de cinema, o de veículo: ia-se a um filme da Garbo, da Marlene, da Ava Gardner, da Audrey Hepburn, para as ver, para reconhecer a sua fotogenia, a sua mágica presença no ecrã. Hoje poucas figuras restam que nos obriguem a frequentar o cinema para partilhar dessa estranha comunhão entre a câmara, a luz e um rosto transfigurado em celulóide.

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No tempo em que as estrelas abundavam, existia um conceito que, entretanto, desapareceu do vocabulário fundamental dos espectadores de cinema, o de veículo: ia-se a um filme da Garbo, da Marlene, da Ava Gardner, da Audrey Hepburn, para as ver, para reconhecer a sua fotogenia, a sua mágica presença no ecrã. Hoje poucas figuras restam que nos obriguem a frequentar o cinema para partilhar dessa estranha comunhão entre a câmara, a luz e um rosto transfigurado em celulóide.


"Comer Orar Amar" é isso mesmo: um veículo feito por medida para admirar Júlia Roberts, o seu sorriso misterioso, a sua boca sensual, os seus olhos grandes e iluminados. Pouco interessa que o filme seja descosido e fragmentário, que a personagem deambule por lugares estranhos em busca de beleza ou exotismo. Só ela conta, em Roma ou em Bali, na Cochinchina ou em Noting Hill. É pouco? Talvez, mas chega para contentar os fãs de uma das raras estrelas de uma arte que já existiu para as fazer brilhar. Se quer um grande filme, não vá. Se gosta da Roberts, não perca.