Água doce que chega aos oceanos aumentou quase um quinto em 13 anos

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Fotografia de satélite das inundações no Paquistão em Julho deste ano NASA/Japan ASTER Science Team

"Pode não parecer muito – 1,5 por cento por ano –, mas ao fim de algumas décadas é uma quantidade enorme", afirma em comunicado Jay Famiglietti, professor de Ciências da Terra da Universidade da Califórnia e investigador principal do estudo publicado na revista Proceedings of the Royal Academy of Sciences. Ao longo de 13 anos, as medições feitas pelos satélites Topex/Poseidon e Jason-1, da NASA e da Agência Espacial Francesa, e pelos satélites Aerospace Center Gravity Recovery e Climate Experiment, da NASA com o Centro Espacial Alemão, mediram um aumento de 18 por cento de água a chegar aos mares.

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"Pode não parecer muito – 1,5 por cento por ano –, mas ao fim de algumas décadas é uma quantidade enorme", afirma em comunicado Jay Famiglietti, professor de Ciências da Terra da Universidade da Califórnia e investigador principal do estudo publicado na revista Proceedings of the Royal Academy of Sciences. Ao longo de 13 anos, as medições feitas pelos satélites Topex/Poseidon e Jason-1, da NASA e da Agência Espacial Francesa, e pelos satélites Aerospace Center Gravity Recovery e Climate Experiment, da NASA com o Centro Espacial Alemão, mediram um aumento de 18 por cento de água a chegar aos mares.

Segundo o investigador, esta é outra consequência das alterações climáticas. "As mudanças a longo prazo na precipitação também fazem parte das alterações climáticas. O que mostramos aqui é que actualmente temos as ferramentas para observar as alterações não só a nível do aquecimento global mas também a nível do ciclo hidrológico", disse Josh Williams, do Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA e co-autor do artigo. Um clima mais quente faz com que haja mais evaporação de água, o que origina nuvens mais espessas, capazes de produzir mais chuva. As cheias no Paquistão que ocorreram durante os meses de Verão e afectaram milhões de desalojados são um destes exemplos.

Segundo Jay Famiglietti, apesar de o aumento de precipitação poder ser bom, as tendências têm confirmado o que o Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas temia: "A precipitação tem aumentado nos trópicos e no Circulo Árctico, com tempestades mais violentas, enquanto centenas de milhões de pessoas vivem em regiões áridas e semi-áridas, que estão a tornar-se mais secas."