FMI teme “recuperação sem emprego”

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Não se pode “dizer que a crise acabou antes de o desemprego diminuir verdadeiramente" Yuri Gripas/ Reuters / arquivo

“O crescimento não é suficiente. O objectivo de tudo isto é o emprego e o risco de uma recuperação sem emprego existe”, afirmou Strauss-Kahn, num encontro com agências de informação na sede do FMI, em Washington.

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“O crescimento não é suficiente. O objectivo de tudo isto é o emprego e o risco de uma recuperação sem emprego existe”, afirmou Strauss-Kahn, num encontro com agências de informação na sede do FMI, em Washington.

Para o responsável, a recuperação económica “precisa de ser bem sustentada e, numa segunda fase, mesmo se a recuperação estiver fundamentada, a questão é saber quantos empregos criará a nível mundial”.

O responsável frisou que não se pode “dizer que a crise acabou antes de o desemprego diminuir verdadeiramente”. E exemplificou que, olhando para a Europa, por exemplo, “não é evidente que a taxa de crescimento que observamos actualmente permita este tipo de previsão”.

Guerra de moedas vista como improvável

Questionado sobre a possibilidade de uma “guerra de divisas”, em que vários países entrariam numa corrida para a desvalorização da sua moeda, o dirigente do FMI considerou “muito fraca” essa hipótese.

“Tenho a impressão de que hoje não há um grande risco de guerra de divisas mas isso faz parte dos riscos que pesam. Penso que essa possibilidade é muito fraca porque toda a gente sabe que grandes conflitos nesta matéria teriam repercussões negativas”, afirmou.

Além disso, Strauss-Kahn não considera que a fragilidade de alguns bancos europeus seja “um problema mundial”.

“Nós fizemos o nosso próprio trabalho para olhar pelas defesas destas instituições para que possam resistir a uma situação de crise.Parece-nos que é tudo administrável, por isso não vejo um problema mundial ao nível do sector financeiro mundial”, justificou Strauss-Kahn.