Decisão da Federação Portuguesa de Atletismo origina revolta no FC Porto

Foto
Ineta Radevica é uma das nove atletas bálticas contratadas pelo FC Porto DR

Esta decisão federativa veio na sequência de o FC Porto ter conseguido quebrar a longa invencibilidade do Sporting em termos de campeonatos de clubes, que se estendeu por 15 anos, utilizando nos Nacionais, a meio de Junho, nove atletas bálticas, a quase total maioria das quais contratadas para essa competição e também para os precedentes Nacionais de pista coberta, disputados em Fevereiro, que o FC Porto também ganhou.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Esta decisão federativa veio na sequência de o FC Porto ter conseguido quebrar a longa invencibilidade do Sporting em termos de campeonatos de clubes, que se estendeu por 15 anos, utilizando nos Nacionais, a meio de Junho, nove atletas bálticas, a quase total maioria das quais contratadas para essa competição e também para os precedentes Nacionais de pista coberta, disputados em Fevereiro, que o FC Porto também ganhou.

A problemática levantada pela presença das atletas bálticas tornou-se ainda mais visível pelo facto de uma dessas atletas do FC Porto, Ineta Radevica, uma letã, se ter sagrado na Catalunha campeã da Europa do salto em comprimento, tendo obtido a mesma marca que Naide Gomes, que a havia vencido pelo Sporting nos Nacionais de clubes, ocorrendo o desempate pela consideração da segunda melhor marca.

Radevica, nos Nacionais portugueses, além do segundo lugar no comprimento ainda ganhou o triplo salto com uma marca de 14,40m com vento que há muito não obtinha.

Na conferência de imprensa do FC Porto marcada para hoje espera-se que o clube conteste fortemente a decisão da FPA, considerando-a lesiva dos seus interesses e sido tomada a pedido, para além de desrespeitar legislação comunitária, nomeadamente quanto a direitos de mobilidade e de livre escolha associativa no âmbito do desporto.

O FC Porto já tinha desinvestido o ano passado na sua formação colectiva masculina, reforçando apenas a tónica na formação e abdicando na prática de tentar vencer o Sporting a nível nacional. Agora, deverá anunciar que manterá a formação feminina, mas sem a presença potencial das estrangeiras deverá abster-se de representar Portugal na Taça dos Campeões Europeus, a que teria direito para o ano devido ao seu título de Junho. Resta ainda saber se o FC Porto irá tentar contestar juridicamente e em termos de eventual ressarcimento pecuniário a FPA, considerando que o investimento feito com as atletas estrangeiras foi escamoteado e tornado na prática inútil com a decisão federativa.

A FPA, contactada pelo PUBLICO, decidiu só reagir ao que o FC Porto irá anunciar na conferência de imprensa.