Prejuízos no primeiro semestre obrigam TAP a reduzir número de voos

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Empresa minimizou prejuízos com aumento de passageiros transportados

As perdas acumuladas pelo grupo estatal no primeiro semestre devem-se, em grande parte, aos resultados da actividade de transporte aéreo. A TAP SA registou prejuízos de 36,9 milhões de euros, o que significou uma subida de 27,1 milhões em comparação com os primeiros seis meses de 2009. Foi prejudicada pela erupção de um vulcão islandês, em Abril, e pelo agravamento do preço do petróleo.

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As perdas acumuladas pelo grupo estatal no primeiro semestre devem-se, em grande parte, aos resultados da actividade de transporte aéreo. A TAP SA registou prejuízos de 36,9 milhões de euros, o que significou uma subida de 27,1 milhões em comparação com os primeiros seis meses de 2009. Foi prejudicada pela erupção de um vulcão islandês, em Abril, e pelo agravamento do preço do petróleo.

A nuvem de cinzas vulcânicas, que se apoderou do espaço aéreo europeu e obrigou a União Europeia a impor restrições à realização de voos, causou “22 milhões de euros de perdas” à companhia de aviação nacional, avançou a TAP em comunicado. E o combustível significou uma despesa de 227,7 milhões de euros no primeiro semestre de 2010 - mais 70 milhões de euros do que em igual período do ano passado.

Ainda assim, a TAP SA minimizou os prejuízos com um crescimento de 12,5 por cento na operação e de 5,7 por cento no número de passageiros transportados nos primeiros seis meses deste ano. A taxa de ocupação dos voos também aumentou de 64,4 para 71,2 por cento. O Brasil e África foram os mercados que registaram melhores desempenhos.

Groundforce recupera

Porém, este crescimento não foi suficiente para travar o aumento dos prejuízos e novas medidas de contenção de custos.

Fonte oficial do grupo, detido a 100 por cento pelo Estado, avançou ao PÚBLICO que vai haver uma “adequação da oferta à procura”, o que implicará uma “redução do número de voos no período do Inverno”. À semelhança do que aconteceu em 2009, ano em que a TAP reduziu o total de ligações em seis por cento, este ano vai voltar a haver cancelamentos de voos. As rotas europeias vão ser as mais afectadas, porque têm uma ocupação mais baixa a seguir ao Verão e menos potencial de crescimento. Já a oferta para o Brasil não deverá sofrer alterações.

Além dos prejuízos no transporte aéreo, o grupo também continua a apresentar resultados negativos nas actividades de handling e de manutenção, no Brasil. Nos primeiros seis meses do ano, a Groundforce registou perdas de 12,2 milhões de euros, o que significou uma ligeira recuperação face aos 13,1 milhões de 2009. Já a subsidiária brasileira, herdeira da VEM, não mostra sinais de recuperação. No primeiro semestre, o resultado líquido foi negativo em 28 milhões de euros, exactamente o mesmo valor registado no ano passado.

Meta inalterada

Apesar de os resultados terem piorado, a TAP acredita que os objectivos para este ano podem ser cumpridos. A ambição do presidente do grupo, Fernando Pinto, é sair do vermelho.

Confrontado com os prejuízos do primeiro semestre, o grupo responde que “não obstante os desvios ocorridos, tudo fará para alcançar resultados positivos”. Em termos de passageiros, a meta era atingir os nove milhões. Até agora, transportou perto de quatro milhões de pessoas, mas assegura que “continua a prever-se que sejam atingidos os objectivos”.