Human Rights Watch aponta responsabilidades a forças governamentais do Quirguistão

Num relatório divulgado esta manhã, a Human Rights Watch aponta vários testemunhos em que é descrito que “homens envergando uniformes camuflados e conduzindo veículos militares armados removeram as barricadas artesanais erguidas pelos residentes, dando às multidões acesso àqueles bairros”.

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Num relatório divulgado esta manhã, a Human Rights Watch aponta vários testemunhos em que é descrito que “homens envergando uniformes camuflados e conduzindo veículos militares armados removeram as barricadas artesanais erguidas pelos residentes, dando às multidões acesso àqueles bairros”.

O mesmo documento – de 91 páginas – contém relatos de testemunhas dando conta que “homens armados seguiam atrás dos veículos militares, entrando nos bairros e disparando contra os poucos residentes que ali permaneciam, deixando o caminho aberto para que as multidões saqueassem e incendiassem as casas”.

“Forças do governo [interino quirguize] intencionalmente ou não intencionalmente deram cobertura a multidões violentas que levaram a cabo aqueles ataques”, conclui o relatório, onde é instada a realização de uma investigação à acção das forças de segurança durante o violento conflito inter étnico no país de há dois meses. “Há também que inquirir se [as forças governamentais] participaram activamente nos ataques e a que nível”.

Pelo menos 371 pessoas morreram – segundo o balanço oficial – nos confrontos de Junho passado na volátil região Sul do Quirguistão, onde o governo interino não conseguiu ainda restabelecer por completo a segurança desde o derrube do Presidente, Kurmanbek Bakiev, em Abril passado. A região permanece em clima de tensão, com o aproximar de eleições legislativas a 10 de Outubro.