Mercados ainda não ficaram impressionados com testes de stress

Até agora os mercados mostram-se pouco efusivos com os bons resultados dos testes de stress à banca. No primeiro dia de mercado depois da divulgação das provas de resistência, as bolsas subiram e o apetite dos investidores pelo risco parece ter dado sinais de ânimo. Permanecem, contudo, sinais de desconfiança e um deles vem precisamente de dentro do próprio sistema bancário.

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Até agora os mercados mostram-se pouco efusivos com os bons resultados dos testes de stress à banca. No primeiro dia de mercado depois da divulgação das provas de resistência, as bolsas subiram e o apetite dos investidores pelo risco parece ter dado sinais de ânimo. Permanecem, contudo, sinais de desconfiança e um deles vem precisamente de dentro do próprio sistema bancário.

A Euribor a três meses, que é o principal indicador dos preços praticados no mercado interbancário da zona euro - atingiu ontem o nível mais elevado em quase um ano, passando de 0,885 por cento para 0,889. Do mesmo modo, a Euribor a seis meses também aumentou para 1,137. Isto mostra que o mercado interbancário mantém-se tenso, com os bancos relutantes em emprestar dinheiro entre si.

Contudo, há também sinais de que os resultados dos testes podem estar a acalmar os mercados. O euro valorizou ontem face ao dólar, atingindo o valor mais alto desde 20 de Julho (1,30 dólares). Por outro lado, os investidores parecem estar a aumentar o seu apetite pelo risco, desde logo porque estão a pôr de lado alguns activos de "refúgio" em épocas de crise. É o caso do ouro, que deslizou ontem ligeiramente, e das Obrigações do Tesouro alemãs, cujas taxas estavam ontem a subir.

Em contrapartida, os juros que os investidores pagam para comprar dívida pública espanhola e irlandesa diminuíram algumas décimas. Em Portugal, a tendência foi a mesma, com os juros das Obrigações do Tesouro a dez anos a deslizarem para os 5,518 por cento, face aos 5,64 por cento da véspera. Só os juros da dívida grega se mantêm a subir.

Nas bolsas europeias, os resultados dos testes de stress também foram recebidos com algum entusiasmo, que foi alimentado ainda pelos números positivos da venda de casas novas nos Estados Unidos. Nas principais praças europeias, os bancos impulsionaram os ganhos registados. Em Portugal, o PSI-20 subiu 0,54 por cento graças à performance da banca. O BCP foi o banco que mais se destacou, valorizando 3,95 por cento.