Auto-retrato de Manet vendido por 27 milhões

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"Anto-retrato com uma paleta" Ben Stansall/AFP

Este auto-retrato de um dos pintores centrais no desenvolvimento da arte moderna, que muitos museus decerto cobiçariam, foi comprado por um negociante de arte nova-iorquino, Franck Giraud, que licitou pessoalmente a obra na sala da Sotheby"s.

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Este auto-retrato de um dos pintores centrais no desenvolvimento da arte moderna, que muitos museus decerto cobiçariam, foi comprado por um negociante de arte nova-iorquino, Franck Giraud, que licitou pessoalmente a obra na sala da Sotheby"s.

O leilão de ontem, que apresentava meia centena de obras de arte impressionista e moderna, e que incluía telas de pintores como Renoir, Matisse, Derain, Picasso, Bonnard ou Chagall, entre outros, rendeu, no total, mais de 134 milhões de euros. Nenhuma peça atingiu o valor conseguido por Auto-Retrato Com Uma Paleta, mas Arbres a Collioure, de André Derain, e Odaliscas Jogando às Damas, de Matisse, alcançaram, respectivamente, 19,5 e 13,2 milhões.

Criado em 1878, numa época em que Manet (1832-1883) já gozava de amplo reconhecimento, este auto-retrato pertenceu, no início do século XX, ao coleccionador francês Auguste Pellerin, que chegou a possuir nada menos do que meia centena de obras deste artista. Sabe-se que a pintura transitou depois para as mãos do marquês de Ganay e, mais tarde, para as de Jakob Goldschmidt, cuja colecção de arte impressionista foi vendida, em 1958, num célebre leilão da Sotheby"s. O auto-retrato de Manet foi então comprado pelo financeiro John Loeb, cuja colecção veio também a ser leiloada em 1997. Não se sabe é quem comprou a obra neste leilão e a vendeu, depois, ao coleccionador Steven A. Cohen, que agora se desfez dela. Mas a ilustre linhagem de ex-proprietários da obra - todos eles coleccionadores de primeiro plano - indica que a importância deste auto-retrato foi desde cedo reconhecida.

Satisfeita com os resultados deste leilão, no qual três peças ultrapassaram os dez milhões de euros, Melanie Clore, responsável pelo departamento de arte impressionista e moderna da Sotheby"s, vê-o como uma confirmação da "espantosa recuperação do mercado da arte ao longo do último ano".