Primeira-ministra interina do Quirguistão diz que morreram 1900 pessoas na violência interétnica

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Quirguizes da etnia uzbeque junto à fronteira com o Uzbequistão, em busca de refúgio da violência junto a Och Shamil Zhumatov/Reuters

“Para sabermos o número real de mortos, eu multiplicava o número oficial [de 190 actualmente] por dez”, sublinhou numa entrevista hoje publicada no diário russo "Kommersant".

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“Para sabermos o número real de mortos, eu multiplicava o número oficial [de 190 actualmente] por dez”, sublinhou numa entrevista hoje publicada no diário russo "Kommersant".

As autoridades provisionais, no poder desde a revolta popular que depôs o Presidente Kurmanbek Bakiev, sustentam que os confrontos entre as etnias quirguize e uzbeque começaram há uma semana com “ataques planeados e concertados” para desestabilizar o país. Esta mesma ideia recebeu a corroboração das Nações Unidas que conclui haver “fortes indicações” de um confronto “a certo nível orquestrado” e “não espontâneo”, causado pela ancestral animosidade entre as duas etnias.

Hoje, o secretário de Estado adjunto norte-americano, Robert Blake, descreveu a situação no Quirguistão como uma “crise humanitária” – com mais de 300 mil deslocados e pelo menos 100 mil outras pessoas que encontraram refúgio no vizinho Uzbequistão. E instou o Governo interino do país, onde se localizam uma base militar norte-americana e outra russa, a agir prontamente para pôr termo aos confrontos e mortes.

Em visita a alguns dos campos de refugiados no Uzbequistão, Blake apelou a que seja feita uma investigação internacional às origens da vaga de violência nesta antiga república soviética da Ásia Central.