Sarah Burton sucede a Alexander McQueen

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McQueen desenhava colecções femininas e masculinas e tinha a linha mais acessível McQ Jack Dabaghian/Reuters

"A criação de roupas modernas e maravilhosamente costuradas estava no coração da visão de Lee", diz Burton em comunicado, prometendo "permanecer fiel ao seu legado".
O nome de Burton não tem o peso do de McQueen, Gaultier ou Galliano, nomes maiores das duas gerações que marcam o sector nas últimas décadas. Mas Sarah Burton, natural de Manchester e o braço direito de Lee Alexander McQueen, que se suicidou a 11 de Fevereiro pouco depois da morte da mãe, foi o principal apoio criativo do chamado "hooligan" da moda desde 1996.

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"A criação de roupas modernas e maravilhosamente costuradas estava no coração da visão de Lee", diz Burton em comunicado, prometendo "permanecer fiel ao seu legado".
O nome de Burton não tem o peso do de McQueen, Gaultier ou Galliano, nomes maiores das duas gerações que marcam o sector nas últimas décadas. Mas Sarah Burton, natural de Manchester e o braço direito de Lee Alexander McQueen, que se suicidou a 11 de Fevereiro pouco depois da morte da mãe, foi o principal apoio criativo do chamado "hooligan" da moda desde 1996.

Na época, McQueen era ainda o jovem prodígio finalista do curso de moda da prestigiada Central Saint Martins College of Art & Design de Londres. Conheceram-se e desde logo trabalharam em conjunto, sendo que em 2000, já com 25 anos, Burton era promovida a directora da linha feminina da marca McQueen. Mais recentemente, a colecção de alta-costura de McQueen para o próximo Outono/Inverno, apresentada poucas semanas depois do seu suicídio, foi terminada por Sarah Burton.

A blogosfera especializada, como por exemplo Cathy Horyn, do "New York Times", ou o blogue Fashionista, reage positivamente à escolha como sendo quem melhor conhece a casa e o legado de McQueen.

A sucessão de Alexander McQueen levantou desde logo questões sobre a sobrevivência da sua marca e da sua segunda linha, McQ. Desde Fevereiro que o sector especula quem será o responsável pelas rédeas de uma casa cujo equilíbrio financeiro não estava garantido, mas desde o início que os proprietários da casa disseram que não seria um designer de renome internacional a substituir McQueen. A marca pertence à Gucci (51 por cento), como sub-holding de um dos dois maiores grupos da indústria do luxo, o francês PPR, concorrente da Louis Vuitton-Moet Hennessy, que detém a Givenchy (na qual McQueen foi director criativo de 1996 a 2001.

A PPR terá pago pela casa McQueen algo entre 20 e 80 milhões de dólares. A marca começou a dar lucro em 2007. Mas nos últimos dois anos voltou aos números negativos.

Alexander McQuenn recebeu prémio de designer de moda britânico do ano quatro vezes e em 2003 foi considerado o melhor designer de moda internacional do ano pelo Council of Fashion Designers of America - uma das mais prestigiadas distinções da indústria. As suas criações mais conhecidas do grande público vão da capa de "Homogenic", de Björk, à imagem de Rihanna, Sarah Jessica Parker, Isabella Blow ou Lady Gaga.

Desde a sua morte, os admiradores e coleccionadores de moda e da marca fizeram aumentar exponencialmente as vendas da casa McQueen.

Também esta semana, Jean Paul Gaultier deixou a direcção criativa da Hermés, sendo substituído pelo ex-director criativo da Lacoste, Christophe Lemaire. Outra mudança foi a de Giles Deacon, que vai ficar encarregue da casa Ungaro depois da temporada pouco feliz de Estrella Archs como designer e da actriz Lindsay Lohan como directora criativa.