Passos Coelho acusa Sócrates de fazer leitura irrealista da situação do país

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Passos Coelho acsua o primeiro-ministro de não fomentar o entendimento com o próprio partido Adriano Miranda

“Quando vem dizer que no fundo o que o país está a fazer é contribuir para ajudar o euro, é realmente uma visão extraordinária do que se está a passar”, observou Pedro Passos Coelho, num almoço promovido pelo Fórum para a Competitividade, no Centro de Congressos de Lisboa.

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“Quando vem dizer que no fundo o que o país está a fazer é contribuir para ajudar o euro, é realmente uma visão extraordinária do que se está a passar”, observou Pedro Passos Coelho, num almoço promovido pelo Fórum para a Competitividade, no Centro de Congressos de Lisboa.

O presidente do PSD disse que quem ouviu a entrevista de José Sócrates à RTP na terça-feira à noite “ficou com a ideia de que ele está muito convencido de que esta situação por que estamos a passar é eminentemente conjuntural e se deve a factores externos”.

“Se Portugal hoje está na primeira linha da convulsão externa, isso deve-se a fragilidade internas. Não é por acaso que nem todos os países da Europa estão nas mesmas circunstâncias face à instabilidade do euro”, contrapôs.

“Ora, é muito difícil esperar um entendimento de médio longo prazo que seja um entendimento estratégico sobre medidas relevantes a adoptar quando temos uma visão tão diametralmente oposta”, acrescentou.

Para o PSD “está praticamente tudo por fazer” em termos de reformas estruturais, enquanto “o Governo está no início do seu mandato e acha que já fez tudo”, apontou.

Nesta sua intervenção, que os jornalistas puderam ouvir, mas não registar, Pedro Passos Coelho considerou que, “não havendo confluência de pontos de vista dos dois maiores partidos”, o país está perante um problema que só se resolve com eleições, que “Portugal não está em condições de enfrentar” neste momento de crise económica e financeira.

“Nas actuais condições, só podemos esperar mais em termos estruturais se o Governo mudar a leitura que tem vindo a fazer da realidade”, concluiu, antevendo, se isso não acontecer, que dentro de quatro anos Portugal será um país que ninguém quererá governar.

“O que precisávamos em termos estruturais de ganhar em matéria de consolidação da despesa primária, não iremos fazer. Como o Governo continua com a perceção de que daqui a meio ano a oito meses vai poder lançar os concursos todos, voltar à travessia do Tejo, a mais TGV, a mais estradas e por aí e fora, eu julgo que a partir de 2014 ninguém quererá ser Governo em Portugal”, declarou.