Vinte toneladas de rolhas de cortiça foram recicladas no ano passado

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O sobreiro é uma das espécies utilizadas na reflorestação Pedro Cunha

As rolhas de cortiça são depositadas em cerca de 150 pontos de recolha. Depois são transportadas para o único centro de reciclagem autorizado para este fim em Portugal, do Grupo Amorim, onde são trituradas e transformadas em nova matéria-prima.

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As rolhas de cortiça são depositadas em cerca de 150 pontos de recolha. Depois são transportadas para o único centro de reciclagem autorizado para este fim em Portugal, do Grupo Amorim, onde são trituradas e transformadas em nova matéria-prima.

Pedro Sousa, da Quercus, explicou que as rolhas recicladas têm utilizações muito diversas, desde “a produção de revestimentos, isolamentos térmicos e acústicos até à produção de peças automóveis, indústria de calçado ou indústria aeronáutica”.

Grande parte da cortiça obtida através da reciclagem destina-se à exportação.

Depois de um esforço para expandir a rede de pontos de recolha, o número passou de cerca de 30 no ano passado para os actuais cerca de 150, nos hipermercados Continente, supermercados Modelo e nos centros comerciais Dolce Vita, distribuídos pelo país.

Quantidade de rolhas recolhidas deverá aumentar 50 por cento este ano

O objectivo para 2010 é “tentar obter mais 50 por cento que no ano passado”, para o que já foi lançada uma nova campanha de sensibilização, explicando “a importância da rolha como vedante sustentável e com qualidade extrema”, disse Pedro Sousa.

O responsável da Quercus salientou a adesão de escolas que “desenvolvem acções de recolha de rolhas e de sensibilização da comunidade local” e de cerca de 60 autarquias, promovendo a recolha selectiva e disponibilizando contentores específicos.

Entre os objectivos do Green Cork está a protecção do montado de sobro, “um dos ecossistemas mais ricos da Europa e o único verdadeiramente original em Portugal”. “Todo o dinheiro obtido com a matéria-prima das rolhas que entram no reciclador é doado à Quercus para reflorestar o país com espécies autóctones”, nomeadamente o sobreiro, Quercus suber, realçou Pedro Sousa.

Apoiar esta actividade económica, que “é sustentável”, é outra das metas, assim como a absorção de dióxido de carbono (CO2) pelo montado de sobro. A Quercus estima que este ecossistema consiga absorver anualmente 4,8 milhões de toneladas de CO2.

Os sobreiros estão protegidos em Portugal por legislação específica que proíbe o seu abate e substituição por outras espécies.