Associação das renováveis critica manifesto por falta de alternativa

Em esclarecimento, a associação “rejeita o pressuposto da consideração negativa” do manifesto e lembra também que o país cumpre obrigações e metas da política energética europeia.

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Em esclarecimento, a associação “rejeita o pressuposto da consideração negativa” do manifesto e lembra também que o país cumpre obrigações e metas da política energética europeia.

Quanto aos pontos que considera falsos, identifica a diferença do preço da electricidade de origem eólica em relação ao mercado, no cálculo do contributo das energias renováveis para a redução da dependência energética e na responsabilidade pelo défice tarifário.

A associação desmente que o preço pago pela electricidade de origem eólica é três vezes o preço do mercado, como sustentam os subscritores do manifesto. Segundo a APREN, a primeira custou 94,7 euros MWh e a segunda 72,18 euros MWh, em 2008,e critica o facto de o manifesto ser omisso quanto ao facto de as tarifas para a eólica terem baixado nos últimos anos, sendo que os concursos mais recentes deram tarifa garantida de 70 euros, ou seja, abaixo do preço de mercado para a Península Ibérica de há dois anos.

Quanto à dependência energética, a associação reafirma que o peso das renováveis deve ser avaliado em relação ao consumo de electricidade e não ao total de energia primária e com correcção da hidraulicidade, o que significa que em 1999, 31 por cento da electricidade produzida em Portugal provinha de fontes de energia renováveis contra 69 por cento de origem fóssil e, em 2009, a percentagem de electricidade de origem renovável foi de 46 por cento contra 54 por cento de origem fóssil.

O terceiro ponto tem a ver com o défice tarifário. “Ao deixar entender que o actual défice corresponde ao sobrecusto das energias renováveis, o manifesto não se exime à suspeita de ma fé”, conclui.