Passos Coelho arrebata PSD com mais de 61 por cento dos votos

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Pedro Passos Coelho é o novo líder do PSD. "O PSD tem agora uma liderança inequívoca", afirmou no discurso de vitória, esta madrugada, em Lisboa. E assim que teve a certeza de que ia ganhar a primeira coisa que fez foi telefonar a Paulo Rangel e a Aguiar-Branco a dizer que conta com os candidatos derrotados. Unidade é agora a sua palavra de ordem e a "primeira missão" para "um partido grande que volta a renascer".

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Pedro Passos Coelho é o novo líder do PSD. "O PSD tem agora uma liderança inequívoca", afirmou no discurso de vitória, esta madrugada, em Lisboa. E assim que teve a certeza de que ia ganhar a primeira coisa que fez foi telefonar a Paulo Rangel e a Aguiar-Branco a dizer que conta com os candidatos derrotados. Unidade é agora a sua palavra de ordem e a "primeira missão" para "um partido grande que volta a renascer".

O novo líder foi eleito com 61,06 por cento dos votos, enquanto Paulo Rangel conseguiu 34,47 por cento, José Pedro Aguiar-Branco 3,61 por cento e Castanheira Barros 0,23 por cento, disse aos jornalistas Assunção Esteves, do Conselho de Jurisdição do partido, quando estavam apuradas 310 das 360 secções de voto. A participação eleitoral terá atingido uma dimensão recorde. Foram validados 43959 votos.

Passos Coelho apresentou-se a assumir a vitória já perto de uma da madrugada de hoje, visivelmente nervoso. Teve palavras de simpatia para os seus adversários, garantiu que os vai convidar para os órgãos nacionais, mas recusou-se para já a dizer se Aguiar-Branco vai ser convidado para assumir a liderança do grupo parlamentar.

Teve também uma palavra de simpatia para Manuela Ferreira Leite, que "não conseguiu o resultado mais positivo", mas merece "homenagem"

Repetindo sempre a palavra unidade e disse que não recebeu dos militantes "um cheque em branco", mas uma vitória clara para liderar o partido. "Ficou provado que o PSD não está dividido, não está balcanizado e que não é um saco de gatos", afirmou. Já hoje diz que a sua missão é começar a "unir o PSD".

Os primeiros sorrisos nos rostos dos apoiantes de Passos Coelho começaram a aparecer nos rostos dos muitos militantes que enchiam a sede na Rua Brancamp por volta das 23h30. Mas as primeiras palmas na sala só aconteceram, já depois da meia noite e meia, quando José Pedro Aguiar Branco deu os parabéns ao vencedor. Os sorrisos abriram-se ainda mais quando os apoiantes de Passos Coelho viram Paulo Rangel assumir a derrota.

O segundo candidato mais votado, Paulo Rangel declarou ontem a sua "disponibilidade para combater a verdadeira alternativa àquele que foi sempre o único adversário", o PS. Depois de expressar o seu orgulho por a sua campanha "nunca ter dirigido nenhum ataque" contra os seus oponentes, prometeu uma "atitude de lealdade e cooperação para que o PSD seja uma alternativa" ao Governo de José Sócrates. O eurodeputado assumiu que Pedro Passos Coelho conseguiu uma "vitória clara e expressiva", considerando a percentagem atingida pela sua candidatura como "um resultado honroso"

No Porto, José Pedro Aguiar-Branco pediu ao novo líder do partido, Pedro Passos Coelho, a quem felicitou, que una o partido. "É tempo de acabar com as guerrilhas e as trincheiras internas que dividem o nosso partido". A sala aplaudiu, mas a maior ovação ouviu-se quando Aguiar-Branco se dirigiu ao novo presidente, em tom de desafio, dizendo que "é fundamental ter a coragem para levar o caso TVI até ao fim".

Passos Coelho ganhou em 17 das 18 secções de voto do Porto, a maior distrital do partido. O novo líder terá conquistado todos os distritos do país, com excepção da Madeira.

As eleições directas para o líder do PSD registaram uma afluência recorde e não se registaram incidentes. Ao princípio da noite, ainda sem dados oficiais, Assunção Esteves, membro do conselho de jurisdição, afirmava aos jornalistas, na sede do PSD que "não houve incidentes" e houve um maior número de militantes a votar do que em 2008.

Desde que há directas para o presidente do PSD, em 2006, a maior taxa de participação registou-se em 2007, no frente-a-frente entre Luís Filipe Menezes e Luís Marques Mendes (votaram 62,5 por cento dos militantes com as quotas em dia).

Para os candidatos, o dia de votação - que decorreu entre as 17h00 e as 23h00 - foi quase um dia normal de campanha, nas eleições internas não há período de reflexão. Pedro Passos Coelho passou por Setúbal e Lisboa, Paulo Rangel esteve no Porto, José Pedro Aguiar-Branco passou a manhã no Parlamento, sem fazer campanha. O quarto candidato, Castanheira Barros, que não fez campanha, e, na hora de pôr o voto na urna, em Coimbra, disse ter votado com sentimento de "missão cumprida".

Os militantes também votaram nos delegados ao XXXIII congresso, de 9 a 11 de Abril, em Carcavelos, que vai escolher os órgãos nacionais - Comissão Política, Comissão Nacional e Conselho de Jurisdição.

O primeiro resultado divulgado durante o dia, veio da Ásia, de Macau. Pedro Passos Coelho ficou em primeiro lugar com 19 votos, enquanto Paulo Rangel obteve um voto, de um total de 27 militantes.