Português completou travessia do Atlântico a remos

O momento foi saudado como merecia, com espumante. Os seis elementos da equipa enviaram mensagens para familiares e amigos e depois tiveram direito à sua primeira recompensa. "Estava um cozinheiro à nossa espera e preparou-nos ali na hora uns hambúrgueres com batatas fritas. Foi a nossa primeira refeição a sério em quase dois meses", relatou ao PÚBLICO Pedro Cunha, em contacto telefónico.

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O momento foi saudado como merecia, com espumante. Os seis elementos da equipa enviaram mensagens para familiares e amigos e depois tiveram direito à sua primeira recompensa. "Estava um cozinheiro à nossa espera e preparou-nos ali na hora uns hambúrgueres com batatas fritas. Foi a nossa primeira refeição a sério em quase dois meses", relatou ao PÚBLICO Pedro Cunha, em contacto telefónico.

O jovem luso-sueco, estudante no Trinity College da universidade britânica de Cambridge, sente-se "bem" fisicamente, apesar das "dores no corpo todo". Mentalmente, ainda guarda o peso das angústias de última hora: "O último terço da viagem [de mais de 3000 milhas marítimas, para cima de 5400 quilómetros] foi cheio de altos e baixos. Nalgumas alturas, tornou-se difícil lidar com a situação. E as derradeiras 12 horas foram muito duras".

O Sara G, uma embarcação com três postos para remadores (que se revezavam de duas em duas horas) e duas pequenas cabinas, à proa e à ré, passou praticamente dois meses no mar - "Foram 57 dias", acentua Pedro. Esta foi a aventura de uma vida? "Estou satisfeito. Há coisas mais importantes agora, como terminar o meu doutoramento. Talvez daqui a 20 anos...", analisa o remador, que aplicou as suas poupanças nesta aventura. "Não sinto a falta do dinheiro, usei-o para ter alguma coisa. Há quem compre um carro, eu atravessei o Atlântico a remos!"