Morte de lontra origina queixa de ambientalistas

Foto
A lontra quando foi encontrada pelos ambientalistas e o registo GPS das últimas localizações do animal Dário Cardador/DR

Os resultados indicam que a lontra morreu por “esmagamento de crânio e derramamento da massa cefálica”, disse ao PÚBLICO Dário Cardador, responsável do CRASSA, um dos três centros de recuperação de animais selvagnes geridos pela associação Quercus.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Os resultados indicam que a lontra morreu por “esmagamento de crânio e derramamento da massa cefálica”, disse ao PÚBLICO Dário Cardador, responsável do CRASSA, um dos três centros de recuperação de animais selvagnes geridos pela associação Quercus.

No início de Outubro, a lontra, baptizada Beringela por ter sido descoberta em Beringel, foi levada para o CRASSA, depois de este centro ter sido informado que este animal se encontrava preso numa reserva de caça, numa caixa para apanhar predadores. O CRASSA deslocou-se ao local e tratou das lesões da lontra, tendo depois procedido à sua libertação, não sem ntes lhe colocar às costas um dispositivo GPS, que recolhia informações de hora a hora.

Já no fim de Outubro, foi este mecanismo de vigilância que permitiu perceber que algo não estava bem. “Começaram a aparecer pontos de GPS dentro de uma casa numa vila”, explica Dário Cardador. A equipa do CRASSA deslocou-se ao sítio, em Beringel, sem imaginar o que tinha acontecido. “Julgávamos que ela tinha perdido a mochila com o equipamento GPS. E que alguém a tivesse levado para uma casa”.

No entanto, um outro sinal de GPS apontava para o contentor de lixo próximo da casa. Após terem revolvido os conteúdos que se encontram lá dentro, os membros do CRASSA encontraram a lontra morta. “A lontra não chegou a deslocar-se muito. Quando a libertámos foi também em Beringel, o mesmo sítio onde a encontrámos da primeira vez”, disse Dário Cardador.

Os procedimentos seguintes foram informar as Brigadas de GNR do Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente e levar a lontra para a Universidade de Évora para serem apuradas as causas da morte. Por essa razão é que só hoje é apresentada formalmente a queixa contra anónimos, tendo sido fornecidos todos os dados acerca dos locais de onde foram emitidos os últimos sinais de GPS.