União Europeia quer mais de metade da população vacinada contra a gripe

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A percepção de que uma dose de vacina deverá ser suficiente nos adultos, em vez de duas como no início se pensou Daniel Aguilar/Reuters

Nos cinco documentos de trabalho ontem divulgados, a comissão sugere ainda a adopção de um dispositivo de compra em comum para os Estados-membros que não efectuaram pré-reservas e defende que os países europeus devem partilhar os seus stocks de vacina pandémica, nomeadamente fornecendo doses aos países em desenvolvimento.

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Nos cinco documentos de trabalho ontem divulgados, a comissão sugere ainda a adopção de um dispositivo de compra em comum para os Estados-membros que não efectuaram pré-reservas e defende que os países europeus devem partilhar os seus stocks de vacina pandémica, nomeadamente fornecendo doses aos países em desenvolvimento.

Vacinas em excesso?

A percepção de que uma dose de vacina deverá ser suficiente nos adultos, em vez de duas como no início se pensou, faz prever que alguns países que fizeram pré-reservas em grandes quantidades - alguns para a totalidade da população, como o Reino Unido e a Grécia, por exemplo - terão vacinas em excesso. É neste contexto que a Comissão Europeia encoraja "trocas transfronteiriças" a título voluntário.

Relativamente aos grupos-alvo a vacinar, a Organização Mundial de Saúde já tinha definido em Julho passado três objectivos centrais da vacinação que, para serem cumpridos, abrangeriam no total 65 por cento da população da União Europeia (UE). E, em Agosto, especialistas dos 27 países da UE definiram três grupos prioritários a vacinar, partindo do princípio de que a vacina vai chegar aos poucos, ao longo de vários meses, e que é necessário decidir quem vai ser imunizado em primeiro lugar.

A CE inclui na sua proposta os profissionais de saúde, os trabalhadores de outros serviços essenciais, as crianças entre os seis e os 24 meses, as pessoas entre 25 meses e os 64 anos com doenças crónicas, as grávidas e os idosos. Pondera ainda a inclusão dos jovens até aos 18 anos ou, eventualmente, até aos 24, para se poder cobrir a população estudantil até ao ensino universitário. Até à data, a gripe A afectou cerca de um por cento da população da UE.

"Precisamos de permanecer vigilantes e continuar a coordenar os nossos preparativos para responder à pandemia nos próximos meses", disse a comissária europeia da Saúde, Androulla Vassiliou. A responsável aguarda uma primeira decisão da agência europeia do medicamento (EMEA) sobre a vacina pandémica "no final do mês" e avisa que a produção será lenta no início e não se sabe se será suficiente para cobrir os grupos prioritários.

Ontem, a entidade reguladora dos medicamentos nos EUA, a Food and Drug Administration (FDA), deu luz verde à vacina contra a gripe A, que começará a ser administrada no país a partir de Outubro, anunciou a secretária de Estado da Saúde, Kathleen Sebelius. O Governo encomendou 195 milhões de doses e definiu como grupos prioritários a vacinar as grávidas, as pessoas em contacto com crianças, os profissionais de saúde e as pessoas entre os seis meses e os 24 anos, além dos adultos com menos de 65 anos com problemas de saúde.