Tariq Ramadan despedido da Universidade Erasmus por “relação indirecta” com o Irão

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Ramadan diz ainda que vai combater esta decisão em tribunal Miguel Madeira/PÚBLICO

Intelectual muçulmano suíço de origem egípcia, neto do fundador da Irmandade Muçulmana, professor de Estudos Islâmicos em Oxford e presidente do think tank European Muslim Network, já tinha sido chamado por Tony Blair para ajudar a pensar como combater o radicalismo após os atentados de Londres.

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Intelectual muçulmano suíço de origem egípcia, neto do fundador da Irmandade Muçulmana, professor de Estudos Islâmicos em Oxford e presidente do think tank European Muslim Network, já tinha sido chamado por Tony Blair para ajudar a pensar como combater o radicalismo após os atentados de Londres.

O presidente da câmara de Roterdão, Ahmed Aboutaleb, um muçulmano que já foi ministro dos Assuntos Sociais e que prometeu combater as tensões entre os holandeses nativos da cidade e a crescente população de imigrantes, chamara Ramadan para o ajudar nessa tarefa.

“Apesar de não haver dúvidas sobre os esforços pessoais de Tariq Ramadan, os dois conselhos [da cidade e da universidade] concluíram que a ligação indirecta com este regime repressivo, ou qualquer associação com o mesmo, não é aceitável”, afirmou o município em comunicado.

“Quando aceitei a oferta para apresentar esta programa sobre o islão e a vida de hoje, escolhi o caminho do debate crítico”, disse Ramadan numa carta aberta publicada ontem no jornal NRC Handelsblad. “Desafio os meus críticos para estudarem os programas e encontrarem neles o mais leve apoio ao Governo iraniano.” Ramadan diz ainda que vai combater esta decisão em tribunal.

As críticas de Ramadan aos regimes árabes fazem com que esteja proibido de entrar na Arábia Saudita, Tunísia, Egipto, Síria, Líbia e Argélia. No Ocidente, a Casa Branca tem-lhe recusado visto, dizendo que fez contribuições para a Associação de Socorro Palestiniano, banida nos EUA. S.L.