Chiado Editora, que suspendeu livro sobre o islão, nega censura

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O comunicado pretende, segundo a editora, apresentar "alguns factos que estiveram na origem da decisão" na sequência da "contestação pública de que [esta] foi alvo na televisão, imprensa escrita e blogosfera". A editora justificara a suspensão anunciando que recebera ameaças.

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O comunicado pretende, segundo a editora, apresentar "alguns factos que estiveram na origem da decisão" na sequência da "contestação pública de que [esta] foi alvo na televisão, imprensa escrita e blogosfera". A editora justificara a suspensão anunciando que recebera ameaças.

A Chiado baseou-se em comentários de professores universitários - e cita Pablo Cortés da Universidade de Leicester e Olufemi Amao, da Universidade de Brunel - e de "membros da comunidade muçulmana que pediram expressamente a não divulgação dos respectivos nomes com receio de represálias". As pessoas consultadas terão considerado que o livro tem "um 'potencial incendiário' de 'consequências imprevisíveis', pela envolvência psicológica e sexual que rodeia a figura do Profeta Maomé, assim como pela indicação de pessoas e lugares reais da Organização de Libertação da Palestina".

Na sequência destas opiniões, a Chiado decidiu pedir um parecer ao xeque David Munir, responsável pela Mesquita Central de Lisboa. A editora rejeita a ideia de que este pedido represente uma "censura prévia" e garante respeitar "absolutamente a liberdade de expressão", sublinhando contudo que esta "não pode ser exercida sem ter em conta valores fundamentais como a segurança e a harmonia da comunidade".