Formação de professores a Matemática com impacto nas notas dos alunos

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Programa de Matemática alargado ao básico Adriano Miranda (arquivo)

A concretização de um programa de formação contínua de professores — que atingiu, até agora, cerca de 15 mil docentes do 1.º ciclo do ensino básico e 2700 do 2.º ciclo — é uma das medidas do Plano de Acção para a Matemática (PAM), lançado em Junho de 2006. Ontem, numa conferência sobre o tema, em Lisboa, falou-se do trabalho feito até agora.

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A concretização de um programa de formação contínua de professores — que atingiu, até agora, cerca de 15 mil docentes do 1.º ciclo do ensino básico e 2700 do 2.º ciclo — é uma das medidas do Plano de Acção para a Matemática (PAM), lançado em Junho de 2006. Ontem, numa conferência sobre o tema, em Lisboa, falou-se do trabalho feito até agora.

"As instituições do ensino superior que fazem o acompanhamento da formação contínua dos professores de Matemática foram ver quais os resultados dos alunos nas provas de aferição", explicou Joana Brocado. "E perceberam que os alunos dos que se submeteram a formação, sobretudo dos que fizeram os dois anos de formação, tiveram resultados claramente superiores."

Três anos depois do lançamento do PAM, a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, não tem dúvida de que ficou demonstrado que as más classificações dos portugueses nesta disciplina não são um mal inevitável.

Em 2004/2005, menos de um terço dos estudantes que tinham feito exame do 9.º ano a Matemática alcançou positiva. Em 2005/2006 pouco mudou: 36 por cento. "Problemas desta natureza não se resolvem com milagres", disse a ministra. Mas resolvem-se "com dois ingredientes: trabalho centrado em objectivos" e um segundo, "do domínio das crenças". A saber: "Precisamos de acreditar que é possível ensinar Matemática a todos os alunos."

O PAM, diz Lurdes Rodrigues, permitiu distribuir recursos pelas escolas, com base nos projectos e nos objectivos definidos pelas mesmas. O que representa uma clara mudança de política. E em 2007/08, os resultados dos alunos melhoraram (no 9.º ano, a percentagem de positivas foi de 55 por cento).

Agora é preciso, segundo a ministra, que toda a gente acredite que qualquer um pode adquirir competências básicas nesta disciplina. Os professores têm de acreditar. Os pais dos alunos também.