OMS alerta que o vírus H1N1 pode aprender a resistir aos antivirais

Foto
No México, as máscaras continuam a ser uma protecção comum Henry Romero/REUTERS

Até ao desenvolvimento e produção de uma vacina específica, o combate à epidemia continuará a passar pelo oseltamivir (Tamiflu). “Estamos confrontados com o risco da resistência do vírus [aos antivirais]”, disse Nikki Shindo, numa conferência de imprensa telefónica, a partir de Genebra. Isso porque algumas estirpes gripais do ano passado resistiram ao oseltamivir, produzido pelo laboratório suíço Roche. O perito da ONU é de opinião que a doença que alastra no mundo, que já atingiu 5200 pessoas e matou 61, se tornará mais e mais resistente depois da sua passagem pelo hemisfério Sul, onde o Inverno está agora a começar.
O vírus H1N1 tem o potencial de causar uma epidemia que complete três voltas ao mundo, se sofrer mutações no sentido de se tornar mais facilmente contagioso, adiantou a OMS. O impacto de uma epidemia global de gripe variaria muito de região para região.
Nos países mais ricos, com um bom sistema de saúde, apenas parece causar doença moderada. Mas nos países mais pobres, sem bons hospitais, sem medicamentos e sistemas de saúde frágeis, podia ser uma epidemia "devastadora", disse Nikki Shindo.
A gripe H1N1 "parece ser mais contagiosa do que a gripe sazonal", e quase ninguém no mundo tem imunidade a este vírus", diz a OMS, num documento hoje divulgado, chamado "Avaliação da Severidade de uma Pandemia de Gripe". Além disso, dez por cento das pessoas infectadas nos EUA e no México precisaram de ser internadas - o que é muito mais do que acontece com a gripe normal, que mata meio milhões de pessoas por ano em todo o mundo.
"É um vírus claramente diferente do da gripe sazonal", considerou Shindo, citado pela agência Reuters.
A OMS convocou na semana passada um grupo de peritos para estudar as modalidades da produção de uma vacina contra o H1N1 - que poderá afectar a produção da vacina para a gripe sazonal. Até haver vacina, o combate aos casos mais graves terá de usar o Tamiflu.
A organização mundial começou a enviar 2,4 milhões de doses do medicamento para 72 países, incluindo o México. A Roche anunciou hoje a oferta de 5,65 milhões de doses suplementares, prevendo aumentar as suas capacidades para produção de 110 milhões de tratamentos nos próximos cinco meses.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Até ao desenvolvimento e produção de uma vacina específica, o combate à epidemia continuará a passar pelo oseltamivir (Tamiflu). “Estamos confrontados com o risco da resistência do vírus [aos antivirais]”, disse Nikki Shindo, numa conferência de imprensa telefónica, a partir de Genebra. Isso porque algumas estirpes gripais do ano passado resistiram ao oseltamivir, produzido pelo laboratório suíço Roche. O perito da ONU é de opinião que a doença que alastra no mundo, que já atingiu 5200 pessoas e matou 61, se tornará mais e mais resistente depois da sua passagem pelo hemisfério Sul, onde o Inverno está agora a começar.
O vírus H1N1 tem o potencial de causar uma epidemia que complete três voltas ao mundo, se sofrer mutações no sentido de se tornar mais facilmente contagioso, adiantou a OMS. O impacto de uma epidemia global de gripe variaria muito de região para região.
Nos países mais ricos, com um bom sistema de saúde, apenas parece causar doença moderada. Mas nos países mais pobres, sem bons hospitais, sem medicamentos e sistemas de saúde frágeis, podia ser uma epidemia "devastadora", disse Nikki Shindo.
A gripe H1N1 "parece ser mais contagiosa do que a gripe sazonal", e quase ninguém no mundo tem imunidade a este vírus", diz a OMS, num documento hoje divulgado, chamado "Avaliação da Severidade de uma Pandemia de Gripe". Além disso, dez por cento das pessoas infectadas nos EUA e no México precisaram de ser internadas - o que é muito mais do que acontece com a gripe normal, que mata meio milhões de pessoas por ano em todo o mundo.
"É um vírus claramente diferente do da gripe sazonal", considerou Shindo, citado pela agência Reuters.
A OMS convocou na semana passada um grupo de peritos para estudar as modalidades da produção de uma vacina contra o H1N1 - que poderá afectar a produção da vacina para a gripe sazonal. Até haver vacina, o combate aos casos mais graves terá de usar o Tamiflu.
A organização mundial começou a enviar 2,4 milhões de doses do medicamento para 72 países, incluindo o México. A Roche anunciou hoje a oferta de 5,65 milhões de doses suplementares, prevendo aumentar as suas capacidades para produção de 110 milhões de tratamentos nos próximos cinco meses.