Escritor Ian McEwan revela que deu asilo a Salman Rushdie

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Salman Rushdie passou dez anos escondido, mas as autoridades iranianas dizem que a fatwa “é válida para sempre” Luke MacGregor/Reuters

A história do papel que Ian McEwan teve no exílio interno de Salman Rushdie será publicada na próxima edição da revista "New Yorker". “Nunca me vou esquecer — na manhã seguinte acordámos cedo. Ele tinha que estar sempre a fugir. Foram tempos terríveis para ele”, contou McEwan.

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A história do papel que Ian McEwan teve no exílio interno de Salman Rushdie será publicada na próxima edição da revista "New Yorker". “Nunca me vou esquecer — na manhã seguinte acordámos cedo. Ele tinha que estar sempre a fugir. Foram tempos terríveis para ele”, contou McEwan.

“Estávamos a fazer café e torradas e a ouvir as notícias das 8h00 da BBC. Ele estava mesmo ao meu lado e era o tema de abertura das notícias. O Hezbollah investia toda a sagacidade e poder para o matar”. Esta foi uma das muitas manhãs dos cerca de dez anos em que Rushdie viveu escondido.

A "fatwa" levou ao corte de relações diplomáticas entre a Grã-bretanha e o Irão. Só em Setembro de 1998 é que os dois países melhoraram relações, quando o Presidente iraniano, Mohammad Khatami, garantiu que não apoiava mais a perseguição a Rushdie. Mas as autoridades iranianas reafirmaram, na quarta-feira, ao aproximar-se o aniversário dos 20 anos da declaração da fatwa contra Rushdie, que esta “não foi anulada e é válida para sempre”.