O Dia em que a Terra Parou

"O Dia em Que a Terra Parou" (1951) de Robert Wise inscrevia-se na lógica anticomunista do McCarthysmo e no uso da eclosão da Ficção Científica, como género, dentro das necessidades de a Guerra Fria falar do Outro enquanto ameaça.

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"O Dia em Que a Terra Parou" (1951) de Robert Wise inscrevia-se na lógica anticomunista do McCarthysmo e no uso da eclosão da Ficção Científica, como género, dentro das necessidades de a Guerra Fria falar do Outro enquanto ameaça.

Este arremedo de "remake", realizado pelo modesto Scott Derrickson possui, pelo menos, a vantagem de entender que o argumento precisava de levar uma volta, para que não se assemelhasse a um OVNI. Daí ao (já) estafado truque de transferir a acção para o contexto ecológico vai um pequeno salto, transposto com algum cuidado e bom gosto. Ou seja, se não estamos perante uma obra-prima, temos de reconhecer que o filme não compromete o objectivo de construir um bem concatenado esforço para funcionar no século XXI, sem ofender ninguém.

Keanu Reeves e Jennifer Connely são correctos e o pequeno espectáculo, sem pirotecnias, nem excessivas pretensões, acaba por agradar moderadamente, embora pudesse dispensar-se perfeitamente.