Iniciativas de negócios partiram de ex-secretário de Estado e ex-director-geral de Energia

Duvida do trabalho da comissão de avaliação?

Tínhamos a melhor proposta. Ganhou o grupo da EDP e a Galp ficou em segundo lugar. Ficámos com 400 MW, eles com 1200 MW e fizemos o mesmo investimento que eles. Diga-me onde fomos beneficiados.


A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Duvida do trabalho da comissão de avaliação?

Tínhamos a melhor proposta. Ganhou o grupo da EDP e a Galp ficou em segundo lugar. Ficámos com 400 MW, eles com 1200 MW e fizemos o mesmo investimento que eles. Diga-me onde fomos beneficiados.


Eram as regras do concurso. E na microgeração?

Diga-me onde fomos beneficiados. Não temos nada. Se está falar de Miguel Barreto, é uma pessoa muito inteligente e trabalhadora. Ele tinha um projecto próprio que nos veio apresentar, não fomos nós que o desafiámos. Foi ele que nos desafiou.


Também tenho pena de que alguns membros do Governo não tenham a disponibilidade que Manuel Lancastre teve quando veio falar connosco. Disse-nos: “vou sair do Governo, saí do Governo, e tenho disponibilidade para apoiar a Martifer na abertura ao mercado internacional”. Isto acontece em todo o mundo civilizado. Hoje, o melhor vendedor de Espanha é o antigo primeiro-ministro Aznar. Eu já o vi a vender empresas espanholas, produtos espanhóis como ninguém. Tenho pena que muitos membros do Governo português não façam o mesmo para que as empresas possam atacar melhor através da rede dos mercados internacionais.

E Manuel Lancastre?

Manuel Lancastre foi secretário de Estado nove meses. Desenhou o concurso eólico e quando este Governo veio, montou apenas o concurso.


Na altura, muitas críticas foram feitas por o concurso estar a ser feito à medida da Martifer.

Acha que é? Esse concurso até morreu. Se me perguntar se este concurso eólico é importante para a Martifer, eu digo-lhe que é importante para Portugal. Prevê um investimento total de mais de 600 milhões de euros, em parques industriais e num cluster industrial. O cluster industrial vai permitir fabricar, em Portugal, mais de 90 por cento dos componentes dos aerogeradores. O conjunto das unidades industriais vai criar mais de 1300 novos postos de trabalho. Mais de 60 por cento da produção das 19 unidades industriais que compõem o cluster destinam-se à exportação. E as exportações em cruzeiro podem ultrapassar os 350 milhões anuais.


A energia eléctrica é vendida é a 62 euros por Mwh, abaixo do preço da pool ibérica, ou seja, quem venda hoje energia dos parques eólicos não tem qualquer subsídio dos contribuintes nem dos consumidores. Tem uma vantagem única: a energia eólica em Portugal é a primeira a entrar na rede, não espera.

Quem é que se interessou por este concurso em Portugal? Foram os portugueses, porque até aí havia empresas estrangeiras em Portugal a operar ao nível dos parques eólicos. E não vi nenhuma dessas empresas estrangeiras sentadas à mesa no cluster industrial.

Quando comprou a posição de Manuel Lancastre na Prio por que não identificou a entidade vendedora no comunicado que emitiu para o mercado?

Porque ele não quis.


Considera que o grupo tem sido acarinhado por este Governo?

Os governos do passado acarinharam a Martifer, o actual governo acarinha a Martifer e o próximo também o fará. Porque a Martifer cria três postos de trabalho por dia, aumentou a sua visibilidade internacional e aumentou drasticamente as suas exportações em 2008 e cria riqueza para o país através do trabalho e das exportações. Diga lá qual empresa nacional com um plano de actividades igual ao nosso?