Especialistas alertam para ameaça do mexilhão-zebra no lançamento do atlas dos bivalves portugueses

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Esta espécie invasora pode esgotar rapidamente os recursos alimentares das águas onde vive Pedro Cunha/PÚBLICO (arquivo)

Segundo o biólogo Joaquim Reis, que coordenou o Atlas que identifica e descreve as 16 espécies de bivalves de água doce existentes em Portugal Continental, "em Espanha, a situação está descontrolada".

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Segundo o biólogo Joaquim Reis, que coordenou o Atlas que identifica e descreve as 16 espécies de bivalves de água doce existentes em Portugal Continental, "em Espanha, a situação está descontrolada".

"Por enquanto, [os mexilhões-zebra] estão em bacias que não são internacionais, mas podem chegar rapidamente a Portugal se não forem tomadas medidas", disse Joaquim Reis.

Esta espécie invasora pode esgotar rapidamente os recursos alimentares das águas onde vive e está associada a elevados prejuízos económicos, já que provoca o mau funcionamento das infra-estruturas de rega.

A situação dos bivalves de água doce está intimamente ligada à dos peixes que vivem no mesmo ecossistema e que representam a percentagem mais elevada de animais classificados em categorias de ameaça (Criticamente em Perigo, Em Perigo, Vulneráveis) ou quase ameaça no Livro Vermelho dos Vertebrados.

Os ecossistemas dulciaquícolas enfrentam diversos riscos, entre as quais a artificialização das linhas de água e construção de barragens, alteração de leitos e margens, poluição ou introdução de espécies exóticas.

Com o Atlas dos Bivalves pretende-se contribuir para um melhor conhecimento das espécies e dos ecossistemas que habitam e para a definição de medidas adequadas de conservação deste grupo em Portugal.