Investigadores de Coimbra inventam bioadesivos para substituir pontos cirúrgicos

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Os novos pontos biológicos evitam alguns riscos, dizem os especialistas Carlos Lopes/PÚBLICO

Seguros, de fácil aplicação e financeiramente acessíveis, os adesivos biológicos têm funções analgésicas e antibacterianas, tendo os testes já efectuados mostrado "resultados extraordinariamente positivos ao nível da cicatrização", revela a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) numa nota divulgada hoje.

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Seguros, de fácil aplicação e financeiramente acessíveis, os adesivos biológicos têm funções analgésicas e antibacterianas, tendo os testes já efectuados mostrado "resultados extraordinariamente positivos ao nível da cicatrização", revela a Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) numa nota divulgada hoje.

Segundo a coordenadora da investigação, Helena Gil, com a sua utilização, evita-se o risco de ruptura dos convencionais pontos cirúrgicos e, nos vários testes realizados, não se registaram quaisquer efeitos colaterais.

"Esta investigação precursora é determinante para o conforto e bem-estar do doente", sublinha.

De acordo com Helena Gil, ao substituírem as suturas, os adesivos biológicos evitam ao doente o incómodo da deslocação ao hospital ou Centro de Saúde para retirar os pontos.

"Agora, é o próprio bioadesivo que provoca a regeneração dos tecidos, isto é, obriga o organismo a trabalhar para a sua reabilitação", destaca ainda a investigadora.

Os adesivos cirúrgicos biológicos inscrevem-se na área dos biomateriais, que são considerados "os materiais do futuro".

"Toda a Europa está apostada em desenvolver este método, porque o avanço desta área científica reflecte uma significativa melhoria da qualidade de vida das pessoas", sublinha Helena Gil, adiantando que se tem registado, nos últimos anos, "um enorme esforço na produção de novos dispositivos".

A professora do Departamento de Engenharia Química da FCTUC revelou à agência Lusa que já existem no mercado alguns adesivos de aplicação biológica.

Estes produtos podem ter origem natural ou sintética, incluindo-se a gama desenvolvida pela sua equipa neste segundo grupo.