As Vidas dos Outros

Dito assim, parece um filme denso e difícil, quase um documento. É, de facto, um filme que nos interpela e obriga a voltar a um tempo que não apetece reviver e preferimos recordar como um tempo muito remoto. Mas o filme é muito mais do que um retrato de época, é a história de um homem bom que nos marca pela transformação, pela humanidade e pela atenção que vai revelando nos gestos e nos olhares que começam por ser gelados e desumanos.

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Dito assim, parece um filme denso e difícil, quase um documento. É, de facto, um filme que nos interpela e obriga a voltar a um tempo que não apetece reviver e preferimos recordar como um tempo muito remoto. Mas o filme é muito mais do que um retrato de época, é a história de um homem bom que nos marca pela transformação, pela humanidade e pela atenção que vai revelando nos gestos e nos olhares que começam por ser gelados e desumanos.

A história é contada a partir do amor que liga um jornalista-escritor a uma grande actriz que é, ao mesmo tempo, forte e frágil. E é esta força e esta fragilidade sempre evidentes numa personagem dividida e permanentemente condicionada pelos caprichos dos poderosos do regime que nos conduzem ao longo do filme e nos deixam, no fim, a certeza de que "há actos que gritam eternamente", como escreveu Novalis, poeta alemão que falava a mesma língua dos personagens deste filme.