Primeira sala de injecção assistida abre em Lisboa no segundo trimestre do ano
A localização das Instalações de Consumo Apoiado para a Recuperação (ICAR) na capital está a ser analisada por uma comissão técnica conjunta, disse à agência Lusa o gabinete do vereador da Acção Social, Sérgio Lipari Pinto.
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A localização das Instalações de Consumo Apoiado para a Recuperação (ICAR) na capital está a ser analisada por uma comissão técnica conjunta, disse à agência Lusa o gabinete do vereador da Acção Social, Sérgio Lipari Pinto.
"Para já", mantém-se a localização das ICAR nas instalações na Quinta do Lavrado, na freguesia de São João, e no bairro do Charquinho, em Benfica, onde funcionam gabinetes de apoio aos toxicodependentes, conforme foi aprovado pela Câmara de Lisboa em Novembro de 2006. Para além destes dois locais, foram ainda analisadas mais duas possibilidades entre a autarquia e o IDT, adiantou a mesma fonte, que se escusou a revelar as localizações alternativas que foram discutidas.
"Do ponto de vista técnico, todas as questões têm sido abordadas", salientou, avançando que já existe um relatório — que terá de ser avaliado e aprovado — e que para a instalação das ICAR terá que haver "uma decisão tomada em conjunto entre a Câmara o Instituto da Droga e da Toxicodependência".
Nas ICAR, além do consumo de drogas permitido, os toxicodependentes terão apoio médico, psicossocial, de higiene, alimentação e informação sobre o tratamento com vista à sua recuperação e integração na sociedade.
"O projecto não é uma sala de injecção assistida, porque tem várias valências que têm como objectivo retirar das ruas os toxicodependentes e dar-lhes condições de higiene e acompanhamento", justificou a fonte.
Contactado pela agência Lusa, o presidente da Junta de Freguesia de São João, Afonso Costa, disse que é favorável à ideia e ao projecto, mas discorda da localização da ICAR na Quinta do Lavrado por ser uma zona que já foi "muito massacrada pela droga" e por estar perto de uma creche.
O autarca adiantou que já se disponibilizou para tentar encontrar outro local na freguesia para a instalação do equipamento.
"A localização da ICAR ainda não está definida", afirmou Afonso Costa, que aguarda "serenamente pela decisão" da autarquia e o IDT.
As ICAR inserem-se na estratégia municipal de intervenção para as dependências, que inclui também a reinserção social dos toxicodependentes, nomeadamente "programas de emprego protegido", e a criação de "espaço polivalente diurno para toxicodependentes". Numa proposta do vereador Sérgio Lipari Pinto, foram aprovadas em reunião camarária de 30 de Novembro com os votos favoráveis do PSD, PS e BE, a abstenção do PCP e os votos contra do CDS-PP.
O vereador social-democrata recusou a definição de "salas de injecção assistida" por considerar que as ICAR não serão "antecâmaras da morte". Porém, a designação "salas de injecção assistida" foi incluída por sugestão do PS e do BE, que argumentaram ser essa a definição prevista na lei.