Surto de infecção alimentar pela E. coli faz um morto nos EUA

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As lojas avisam os clientes de que os espinafres foram retirados em consonância com as ordens da FDA Jeff Chiu/AP

"Vinte estados foram afectados", contabiliza Julie Zawisza, porta-voz da agência federal norte-americana para a segurança alimentar e farmacológica (FDA). "Posso confirmar que 94 pessoas estão doentes e que uma morreu", precisou.

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"Vinte estados foram afectados", contabiliza Julie Zawisza, porta-voz da agência federal norte-americana para a segurança alimentar e farmacológica (FDA). "Posso confirmar que 94 pessoas estão doentes e que uma morreu", precisou.

O estado norte-americano mais afectado foi o Wisconsin, no norte do país, onde se verificou o caso fatal e onde há 17 pessoas internadas, conforme indicou à AFP Paul Biedrzycki, responsável pelas autoridades sanitárias do estado.

A FDS pediu já aos consumidores que deitem fora as embalagens de espinafres que tenham em casa e frisa que lavá-los para os comer não basta para eliminar a ameaça.

A CNN noticia que a cadeia de transmissão e infecção alimentar já terá sido identificada. Na origem estará uma cooperativa de produtos biológicos da Califórnia, mas a FDA não confirma ainda a informação. Os supermercados estão a retirar o legume das prateleiras e muitos produtores têm os armazéns sob quarentena.

Infecções alimentares e E. coli

As doenças de origem alimentar são doenças provocadas por agentes infecciosos ou tóxicos que entram no corpo através da ingestão de comida. É o caso da E. coli.

Nos países industrializados, a percentagem de pessoas que sofrem deste tipo de enfermidade por ano chega aos 30 por cento. A Organização Mundial de Saúde (OMS) chama a atenção para o facto de a maior parte destas doenças serem esporádicas, mas também muitas vezes não registadas oficialmente. A “intoxicação alimentar” tornou-se comum pelo menos por uma vez na vida de um ser humano e muitas vezes é tratada em casa, se os sintomas não forem muito graves. Há, contudo, surtos de doenças de origem alimentar de grandes proporções. Em 1994, um surto de salmonela com origem em gelado contaminado afectou 224 mil pessoas nos EUA.

A Escherichia coli é uma bactéria muito comum e que existe em quase todo o mundo. Contudo, há uma estirpe muito perigosa (designada 0157:H7 nos EUA e O157 no Reino Unido), que pode ser fatal. O seu meio ambiente preferido são os intestinos, quer dos humanos quer do gado e a forma como é transmitido é através de comida ou bebida infectada.

A estirpe mais perigosa da E. coli é fonte de grande preocupação nos EUA e no Reino Unido. Segundo os dados fornecidos pelos CDC (Centers for Disease Control), há registo de 73 mil infecções anuais de norte-americanos por E. coli, 61 dos quais morrem na sequência do contágio. No Reino Unido, o número de casos triplicou na década de 1990 e, em 1997, ocorreram mais de mil infecções. Em 1996 e 1997 um surto ocorrido na Escócia matou 20 pessoas.

O motivo pelo qual esta estirpe da E. coli é perigosa é o facto de libertar uma toxina muito poderosa que pode provocar graves sintomas.

Esses sintomas vão da diarreia e das dores abdominais, até ao aparecimento de sangue nas fezes e à falha renal, o que nas pessoas mais vulneráveis pode levar à morte.

Os antibióticos são a arma mais eficaz contra esta bactéria, cuja principal fonte de contaminação é a carne mal cozinhada. Outros alimentos susceptíveis de a transmitir são o leite e os sumos não pasteurizados, legumes e a água não tratada - visto que pode conter resíduos fecais, que são outra forma de contaminação comum.

A melhor forma de protecção contra infecções por E. coli fora dos locais de produção destes produtos é a higiene: lavar as mãos, separar alimentos crús e cozinhados e cozinhar eficazmente a carne.